Tudo começa com um clique em uma foto. Daí surgem as primeiras conversas, os elogios, as palavras de afeto. Aos poucos, a mulher vai se “apaixonando” pela pessoa que se apresenta na tela do computador. Mesmo não tendo nenhuma prova que “aquele ser amado e imaginado por ela” realmente existe, a vítima vai se envolvendo nesse relacionamento.
Conta detalhes de sua vida pessoal, envia fotos e até vídeos com imagens íntimas. Não demora para o tom romântico que permeia as mensagens sumir e dá lugar a uma série de ameaças e chantagens.
Essa é descrição da chamada “sextorsão”, uma prática que tem o objetivo de extorquir dinheiro de mulheres que buscam relacionamentos em redes sociais. O criminoso se aproveita da carência afetiva da vítima para enganar, ganhar confiança e praticar extorsão contra ela.
A delegada da Polícia Civil da Paraíba, Josenise Andrade, realizou um estudo nesse assunto e explica que as principais vítimas são mulheres (63%) com idade em torno dos 50 anos. “Sextorsão” é um golpe em que o autor pode praticar até três crimes diferentes a depender do pedido que ele fez à vítima: constrangimento ilegal (Se pedir para não fazer ou fazer algo contra vontade dela), estupro (Se pedir favores sexuais) e extorsão (Se pedir dinheiro).
A Polícia Civil da Paraíba já traçou o perfil dos criminosos dessa modalidade de golpe. “Eles utilizam um perfil falso, quase sempre se utilizam da rede social Facebook no contato inicial, onde começam uma amizade. E, na sequência, começam a trocar fotos íntimas pelo aplicativo do WhatsApp. De posse dessas fotos, ele começa a exigir dinheiro ameaçando divulgar as fotos, colocar em sites pornográficos ou as enviar para parentes das vítimas”, afirma a delegada.
Ao perceber que caiu nesse golpe, a vítima deve procurar imediatamente a Polícia e formalizar a denúncia. Na Paraíba, esse tipo de crime pode ser investigado tanto pela Delegacia de Atendimento à Mulher como pelas delegacias distritais.
Tudo vai depender da natureza da ocorrência. Se o relacionamento for totalmente virtual, o caso é apurado pela Delegacia Distrital do local onde a vítima mora. Mas, se houver algum contato íntimo presencial, a queixa segue para a análise da Delegacia da Mulher.
“Quando é ex-companheiro, geralmente o criminoso exige favores sexuais da vítima. Nesse caso, a investigação segue para a Delegacia da Mulher. A vítima deve ter cuidados com seus dados e, se for enviar imagens íntimas, evitar que essas imagens a identifique”, acrescentou a policial.
Assessoria de Imprensa da Polícia Civil da Paraíba.