Em
recente encontro com padres, de forma informal, o Papa Francisco ouviu o pedido
de que ele rezasse pelos brasileiros, em tom de brincadeira ele respondeu: “vocês
não têm salvação, é muita cachaça e pouca oração”!
Apesar
da brincadeira, esta pode ser uma triste realidade a ser constatada, como o
dito popular define, seria cômico se não fosse trágico. Embora vivamos em um
País numericamente falando de maioria cristã, o maior rebanho católico do mundo,
um contingente de evangélicos, cada vez, mais crescente, percebe-se que se bebe
cada vez mais no Brasil, e talvez realmente não se ore tanto.
Esta
afirmativa pode ser encarada como uma falsa informação, uma conjectura
infundada, uma fala sem sentido, mas analisemos alguns aspectos e vejamos se há
ou não fundamento e uma triste e infeliz constatação à uma realidade
infortunada. A pandemia trouxe muitos males aos homens no mundo inteiro, não
foi diferente entre nós brasileiros. A Sociedade Brasileira de Cardiologia
alertou que as mortes em casa por problemas cardíacos aumentaram 30%. Segundo a
Fiocruz, o número de óbitos em residências por causas naturais cresceu 53% em
quatro capitais do Brasil – Rio, São Paulo, Manaus e Fortaleza (Veja 09/2020).
Segundo
a Fiocruz, 18% dos brasileiros aumentaram o consumo de álcool nesse período. O
índice foi ainda maior (26%) na faixa etária de 30 a 39 anos. Conclusão:
estamos trilhando um caminho perigoso para uma nova leva de dependentes do
álcool. No Brasil, pelo menos 10% da população é dependente de álcool, 20%
relatam uso abusivo da substância, 60% dizem usar a bebida socialmente e 10%
são abstêmios, segundo pesquisas. São números bastante elevados e que,
infelizmente, tendem a crescer com o consumo desmedido de bebidas alcoólicas no
Brasil durante a pandemia (Veja 09/2020).
O consumo per capita de
álcool no país (aqueles com 15 anos ou mais) é estimado em 7,4 litros por ano,
enquanto o consumo entre bebedores habituais é igual a 19,8 litros em média. Em
comparação, nos países desenvolvidos esse consumo é de 10 e 15,4 litros
respectivamente, segundo estimativas da OCDE
(2021).
Pesquisa recente divulgada
no PEBMED, Portal destinado a médicos e profissionais da saúde, aponta um
crescimento no período pandêmico de 93,9% no consumo de bebidas alcoólicas
entre os brasileiros. A estimativa brasileira antes da pandemia era de que,
26,4% da população, bebem semanalmente, entretanto vem se constatando um
aumento significativo no aumento de pessoas que passaram a beber neste período
de isolamento, o que é de fato preocupante dado aos riscos que o álcool traz
para o individuo, seja no aspecto biológico, psicológico e ou social.
O
Papa brincou, mas precisamos levar a sério!
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Waltair Barbosa Pacheco de Brito Junior é brasileiro, natural de Campina Grande/PB. Nascido em 04 de setembro de 1965, é formado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual da Paraiba, cristão e casado.