Efraim e Aguinaldo: a estratégia ostensiva versus a do prato de papa quente


Por Lenildo Ferreira

Um dos grandes segredos da política é saber aproveitar a oportunidade na hora exata em que ela surge. Daniella Ribeiro (PP) só está no Senado hoje porque seu grupo leu as entrelinhas do pleito de 2018.

Agora, o deputado federal Efraim Morais, do Democratas, vê-se diante de uma oportunidade clara: a disputa pelo Senado pode se apresentar favorável às suas pretensões por falta de concorrentes.

Inteligente, pôs a boca no trombone se colocando como futuro candidato, já costurou uma possível aliança importante com o emedebista Veneziano Vital e a esposa deste, Ana Cláudia (Podemos) e arregimentou dezenas de declarações de apoios de prefeitos e outras lideranças.

A estratégia do demista é da ostentação para consolidar sua candidatura dentro de um arco que viabilize o projeto, preferencialmente sendo o senador do governador João Azevedo.

Já Aguinaldo Ribeiro, irmão de Daniella e mente dirigente do PP, ao seu estilo de sempre, pretende seguir o plano de quem come um prato de papa quente: pelas beiradas – até não restar nada para ninguém.

Quem vê o filho de Enivaldo Ribeiro na sua distância de sempre, longe de declarações comprometedoras (aliás, de qualquer declaração), pode não imaginar, mas decerto Aguinaldo está já soprando e passando a colher na beira do prato da senatória.

O pepista está costurando, dialogando, se estruturando, vendo lá na frente, onde o horizonte faz a curva. 

E nesse embate frio de estratégias, somente uma certeza razoável: se um for para a disputa, o outro não entra. Porque nem Efraim vai se precipitar nem Aguinaldo queimará a boca.  

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