Boletim Fiocruz: novas variantes exigem atenção


A edição extraordinária do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz publicada nesta quarta-feira (25/8) destaca que na Semana Epidemiológica (SE) 33, compreendida entre 15 e 21 de agosto, foi mantida a tendência de queda de indicadores da pandemia. A análise aponta que, embora o declínio no número absolutos de casos e óbitos seja relevante, há uma estagnação proporcional na melhora para algumas faixas etárias, especialmente os idosos. Roraima é o único estado com taxa de ocupação de leitos de UTI para adultos no SUS superior a 80%. Quanto às capitais, somente o Rio de Janeiro (96%) e Boa Vista (84%) mantêm-se em nível muito crítico. 

Em relação à semana anterior, a média diária da incidência de novos casos aumentou 0,6% e a do número de óbitos reduziu 1,5%. A taxa de letalidade caiu de 3% para 2,6%. O Boletim indica um lento avanço da vacinação, com uma média de 1 milhão de doses aplicadas por dia. A capacidade do SUS para a distribuição e aplicação de vacinas pode chegar a 2 milhões de doses diárias, cifra que foi alcançada algumas vezes. De acordo com dados obtidos em 17 de agosto, o Brasil já aplicou 169 milhões de doses de vacinas e cerca de 71,6% da população adulta tomou ao menos uma dose. Desses, 31,4% completaram o esquema de vacinação, enquanto 40,2% receberam apenas a primeira aplicação.

Os pesquisadores do Observatório ressaltam que, embora alguns estados estejam iniciando a vacinação em crianças e adolescentes, a prioridade é completar o esquema vacinal da população adulta. A análise defende também um debate técnico sobre alternativas para a aplicação da dose de reforço ou para a combinação de imunizantes em idosos ou imunodeprimidos, desde que estudos apontem essa necessidade.

Por mais que as vacinas contribuam para a redução de casos graves, internações e óbitos, o surgimento e o espalhamento de novas variantes de preocupação devem manter os serviços de vigilância em saúde em alerta, com amplo uso de testes, detecção de casos, isolamento e quarentena. O texto ressalta que nenhuma vacina disponível é 100% eficaz para impedir ou bloquear a transmissão. “Neste contexto, enquanto a pandemia estiver em curso, além da necessidade de ampliar e acelerar a vacinação, é de grande importância para todos, mesmo os que tomaram vacinas, manter medidas como o uso de máscaras e de distanciamento físico”, dizem os cientistas do Observatório.

Taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS no estados

Todos os estados do Nordeste e do Norte, à exceção de Roraima, estão com taxas de ocupação de leitos inferiores a 50%. Somam-se a eles Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, no Sudeste. Os estados do Sul e do Centro-Oeste registraram, no geral, indicadores em níveis mais baixos. Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso estão fora da zona de alerta. Paraná e Distrito Federal permaneceram na zona de alerta intermediário, com taxas, respectivamente, de 60% e 63%, mas houve baixa no número de leitos oferecidos: quedas de 1.800 para 1.745 leitos, e 144 para 128 leitos, respectivamente. Também permanecem na zona de alerta intermediário (≥60% e <80%) Rio de Janeiro (69%), Goiás (64%).

Vinte e dois estados estão fora da zona de alerta. São eles: Rondônia (38%), Acre (9%), Amazonas (44%), Pará (40%), Amapá (21%), Tocantins (44%), Maranhão (49%), Piauí (43%), Ceará (36%), Rio Grande do Norte (36%), Paraíba (19%), Pernambuco (39%), Alagoas (20%), Sergipe (30%), Bahia (36%), Minas Gerais (37%), Espírito Santo (43%), São Paulo (40%), Santa Catarina (49%), Rio Grande do Sul (54%), Mato Grosso do Sul (43%) e Mato Grosso (59%).

Taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS nas capitais

Quatro capitais estão na zona de alerta intermediário: Belo Horizonte (64%), Curitiba (72%), Goiânia (73%) e Brasília (63%). Vinte capitais estão fora da zona de alerta: Porto Velho (26%), Rio Branco (8%), Manaus (44%), Belém (35%), Macapá (23%), Palmas (37%), São Luís (54%), Teresina (42%), Natal (39%), João Pessoa (16%), Recife (43%), Maceió (23%), Aracaju (45%), Salvador (26%), Vitória (39%), São Paulo (38%), Florianópolis (18%), Porto Alegre (59%), Campo Grande (49%) e Cuiabá (56%). 

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Fiocruz

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