As prévias do PSDB nacional já tinham um caráter jocoso muito antes de começar, pela obviedade da crise no ninho que só os tucanos, com permanente espírito de pavão, se recusam a admitir.
Em 2018, com a maior estrutura e maior tempo de guia, o candidato peessedebista Geraldo Alckmin já tinha assumido uma posição inexpressiva, fazendo uma campanha sem sentido e terminando em quarto com apenas o dobro da votação do desconhecido João Amoêdo, do Novo, que sequer campanha tinha.
Para 22, os nomes postos no ambiente interno já dão o prenúncio de piora, possivelmente com um resultado do quinto lugar para baixo, atrás de Jair Bolsonaro, Lula, Ciro Gomes e Sérgio Moro.
João Dória, governador de São Paulo que largou Alckmin em 18 para surfar na onda Bolsonaro e que, por justíssimas razões, é malvisto do Oiapoque ao Chuí, chega como favorito.
Como concorrente direto, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, menos popular no restante do Brasil que o chimarrão, o Gre-Nal e o Felipão no dia do 7 a 1, e que se notabilizou na pandemia por medidas autoritárias como mandar fechar seção em supermercado.
E, por fora, ainda aparece o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto, nome da velha guarda tucana que, de penas brancas, já não tem vigor político para maiores voos.
A lista já não seria motivo de festa e eis que as prévias acabaram descambando para o vexame com cenas de gritarias, acusações de supostas compras de voto e a suspensão dos trabalhos por insólita falha no aplicativo de votação contratado.
Coisa para fazer tucano virar avestruz. Ou, como parece aceitar Alckmin, se transmutar em camaleão, avermelhar e virar logo lulista.