Por Lenildo Ferreira
O dia 22 de dezembro marca o aniversário de nascimento de Félix de Souza Araújo, hoje patrono da Câmara Municipal de Campina Grande e um dos maiores nomes da história da Rainha da Borborema.
Exercendo o mandato e investigando denúncias de supostas irregularidades nas contas do então prefeito (Plínio Lemos), Félix foi ferido a tiro por um agregado da gestão, João Alves de Brito, o João Madeira, morrendo quatorze dias após o atentado, em 27 de julho de 1953, com apenas 30 anos.
Deixou a viúva, Maria, e dois filhos pequenos, Tamar e Félix.
“As pessoas choravam pelas ruas, não acreditando que Félix havia morrido”, contam os antigos. “Houve uma comoção popular. A cidade se envolveu, chorou, parou. Não se falava de outra coisa. Mais da metade da população compareceu ao enterro”, relatou o ex-vereador Mário Araújo, irmão único de Félix, falecido em 2015.
A história de Félix deve ser contada e recontada porque inspira, admira, desperta o sentimento de cidadania e convida à reflexão sobre a necessidade premente de cada um de nós fazer algo mais que cuidar do próprio umbigo.
A memória de Félix traz de volta um desiderato que tem se perdido no tempo. O desiderato da política como sacerdócio, ferramenta para servir ao próximo, instrumento de transformação social.
Félix Araújo tombou num longínquo 1953. Mas, vive! Vive num legado imorredouro, vive no viver cotidiano de Campina Grande, revive nas consciências que ainda hoje desperta, nos ideais que inspira, nas histórias que contaremos, com orgulho, aos nossos filhos sobre um jovem humilde que precisou de apenas trinta anos para inscrever, com tinta indelével e fulgurante, seu nome na primeira página da bela história de uma terra que é única entre muitas.