O mote adotado pelo governador João Azevêdo na solenidade de filiação ao PSB revela a linha de ação que ele e seus estrategistas políticos deverão dar à campanha: falar da gestão, de realizações de seu governo, colar sua imagem à do ex-presidente Lula e tentar esquecer que Ricardo Coutinho, ex-governador, ex-padrinho e hoje inimigo, existe.
O pronunciamento de João foi basicamente uma rápida prestação de contas, com algumas pinceladas de afirmação da própria imagem. Citou ações de governo, garantiu que a Paraíba está hoje melhor do que quando assumiu o cargo e exaltou o próprio desempenho durante o enfrentamento da pandemia.
Ao rememorar as eleições de 2018, contudo, João se viu na dificuldade de falar de uma campanha na qual foi personagem secundário – pelo protagonismo de Ricardo Coutinho – tentando fazer crer que o padrinho político nunca participou daquela história.
Outro esforço evidente é para tentar atrelar sua imagem a Lula. Apesar de o PT nacional estar alinhado à pré-candidatura ao Governo do Estado do senador Veneziano Vital (MDB), Azevêdo chegou a afirmar, durante seu pronunciamento no ato de filiação ao PSB, que eleger o petista para a presidência seria até mais importante que sua própria reeleição.
O deputado federal Frei Anastácio, petista que apoia o governador, propôs um bordão - Ole, olá, João aqui, Lula lá - e tentou puxar o canto, mas o coro desafinou.