Por Lenildo Ferreira
Antes de mais nada, a constatação ora apresentada não traz – ao menos por ora – ponderações de mérito sobre o deputado estadual Cabo Gilberto Silva e sua atuação na Assembleia Legislativa, que comportariam determinadas ponderações e reparos.
Mas, o fato é que o mandato legislativo é naturalmente ligado a representações muito diretas, de modo que alguns parlamentares são vinculadas de maneira umbilical a determinados nichos e segmentos da sociedade.
Isso é positivo e faz parte da própria natureza multifacetada que deve ter e ser o legislativo.
Na Paraíba, os homens e mulheres da Polícia Militar, uma faixa da sociedade com peculiaridades bastante próprias, representam força, capacidade de mobilização e tamanho para ajudar a eleger e a derrotar.
E, do ano passado para cá, essa força entrou em rota de colisão com o governador João Azevêdo.
Desde então, tanto o chefe do executivo quanto Adriano Galdino, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, resolveram marcar de cima o deputado-PM Cabo Gilberto, buscando minimizar, neutralizar e até ridicularizar sua liderança junto aos militares.
João jamais aceitou Gilberto como articulador para dialogar sobre a pauta dos policiais, enquanto Adriano protagoniza repetidos gestos de verdadeira zombaria ao deputado, inclusive em cenas e atos insólitos durante as sessões.
Nem João nem Adriano tiveram a capacidade de perceber que os atos contra Gilberto consolidaram o deputado como líder dos seus pares de corporação. Cada golpe que o PM-parlamentar toma vira uma cicatriz de guerra para boa parte dos seus colegas de farda.
Em ano de eleição, quando fatores dos mais subjetivos definem o voto proporcional, parcela considerável da tropa simplesmente não encontrará razões para escolher outro candidato.
Se o espírito dos policiais militares não mudou, um ataque a um soldado em batalha é uma ofensa à tropa, de sorte que a tentativa insistente de João Azevêdo e Adriano Galdino de rebaixar o cabo será como um tiro pela culatra, promovendo Gilberto à Câmara Federal – e, preste-se ou não continência a ele, por merecimento pela fidelidade incondicional aos seus.