Alarde pró-máscaras lembra profecias do caos contra volta do comércio


Por Lenildo Ferreira

Dois anos após a deflagração da crise gerada pela pandemia e com a queda expressiva dos números de contaminados e massificação da vacinação, vários municípios brasileiros começaram a flexibilizar o uso das máscaras. 

Na última sexta-feira, foi a vez de Campina Grande baixar decreto tornando o uso das máscaras ao ar livre facultativo. Aqui, a obrigatoriedade em locais fechados ainda se mantém.

Mas, foi o bastante para se ver o ressurgir de discursos de fim de mundo baseados – como sempre – em supostos argumentos científicos sacados conforme a conveniência das narrativas.

O principal elemento da linha de raciocínio pela manutenção de um ambiente de restrições indefinido continua sendo o medo. E este, por sua vez, como máquina de controle social por interesse político.

Em terras paraibanas, é possível ao cidadão relembrar os discursos contra a volta de atividades econômicas, a exemplo do comércio.

Empreendedores foram praticamente criminalizados, alvos de críticas veementes de setores ideológicos, apontados como gananciosos inimigos da vida.

E, à época, a possibilidade de reabertura do comércio – essencial para a manutenção de empregos de pais e mães de família – era insistentemente tratada com previsões caóticas.

Em síntese, se as lojas abrissem, o mundo se acabaria. Seria uma mortandade. A retomada ofendia a ciência – diziam – e atentava contra a vida. 

Assim como agora, quando insistem em manter as pessoas – inclusive crianças durante horas e horas do dia – sob o uso nauseante das máscaras, garantiam que era “cedo demais” ou “muito precipitado” reabrir uma lojinha.

As mesmas vozes que, aliás, nada diziam dos eventos políticos com aglomerações e pouco apareceram quando festas de carnaval de cidades com gestores parceiros promoviam absurdos.

O comércio reabriu e em nada contribuiu para o agravamento da pandemia. 

Mas, as profecias terríveis que fracassam jamais mostram-se vexadas e se repetem, contando sempre com a doença do esquecimento, potencializada pelo vírus do medo para inocular interesses políticos sem remédio.  

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