Por Lenildo Ferreira
Não há dúvidas de que o cenário político da Paraíba tem espaço para acolher a postulação de nomes que não sejam profissionais da política, carreiristas ou filhos de figurões.
Na verdade, a palavra adequada sequer seria “espaço”. Há que se falar mesmo em “necessidade”.
Da mesma forma, as primeiras impressões do procurador da Fazenda Nacional e pastor Sérgio Queiroz, pré-candidato do PRTB ao Senado, revelam uma boa figura para a disputa.
Porém, as primeiras impressões também apontam um certo grau de radicalismo de Sérgio Queiroz e sua estratégia.
E o radicalismo firma-se em torno da montagem de um grupo composto quase que exclusivamente (se não exclusivamente) por nomes do tipo "outsider”, designação que na política, em síntese, indica exatamente aquela figura que não é do meio político, um novato.
Conforme já ponderado, algo positivo. Desde que não se peque pelo excesso, não se ignore razoabilidade.
Até agora, e estamos a seis meses da eleição, Sérgio Queiroz, como um nome bem pouco conhecido na Paraíba, não construiu alianças com personagens testados, detentores de mandatos, que contribuam com sua caminhada e agreguem peso político e representativo.
E há, sim, bons nomes nesse circuito. Nem tudo (e nem todos) dentro da política é ruim. Ignorar essa realidade é estabelecer uma espécie de purismo que não indica nova política, mas, em verdade, antipolítica.
Na democracia, a política ainda é o melhor meio de se transformar o que precisa ser mudado.
Quem pretende exercer um mandato político tem que, inicialmente, ser capaz de fazer política, e fazer política implica conseguir construir em coletividade – até com aqueles que não são exatamente iguais.
Se não for capaz de enxergar cenário, realidade e fatos com um olhar mais maduro, sóbrio e político, a estratégia “outsider” do PRTB acabará levando o partido a ficar apenas “outside” (fora, em inglês).