Onde quer que esta pergunta ecoe, certamente encontrará como resposta em grande parte das pessoas, religiosas ou não, a segunda proposta, isto é, religião x política.
Isto porque algumas instituições religiosas ao longo do tempo criaram de forma equivocada esta ideia, formaram tal pensamento que foi assimilado por muitos, ignorantes, acomodados, mal intencionados.
Tal pensamento, defendido muitas vezes com fervor por muitos, com particularidade, religiosos cristãos, constitui-se um erro com resultados catastróficos e uma conta de alto valor a ser paga pela sociedade, uma vez que não havendo religiosos na política, os impiedosos, os bárbaros são os que assumem e ditam as regras para a vivência de todos.
Não há fundamentação lógica para tal entendimento, independentemente da ideia ou crença que se tenha da origem humana, isto é, a teoria aceita por cada homem acerca de sua origem como raça, este em si percebe que há uma dotação e capacidade natural de governança, ou seja, há um dom e uma competência natural de cuidado, zelo, administração das coisas deste mundo, logo todo homem está para a política, independente do credo e ou a falta dele.
A definição de política é: “arte ou ciência de governar, ou a arte da boa governança da boa administração”.
Em que aspecto ou momento a religião não pode está associada a este conceito? Por qual razão a religião não pode participar da administração dos aspectos que envolvem o ser humano em seu dia a dia, sua vida em sociedade, aquilo que impacta diretamente o ser existente, como saúde, educação, segurança, assistência social, economia etc.?
O ser político não é Via de Regra dissociado do ser religioso, nem vice-versa, pelo contrário, há uma relação muito próxima, há uma “simbiose” que resulta no melhoramento, por vezes até no aperfeiçoamento das ações deste, consequentemente, melhores ou bons resultados.
A religião no homem não é só a ideia de se pensar e ou está ligado a uma divindade, ela na realidade define em parte sua identidade, pois esta será sempre norte para suas ações e ou pensamentos, ela define como o homem se vê diante do mundo e tudo mais que o cerca, desde seu comportamento cultural até sua orientação sexual, e isto inevitavelmente é política.
Há quem queira fazer pesar contra isto, os casos ditos escândalos, no qual religiosos erraram, cometeram crimes quando da vida política, entretanto, inequivocadamente, a questão não é a religião, mas, o homem em si e suas escolhas diante das circunstancias que vive, como o é em todo meio que este se encontre.
Nada justifica a ideia de religião x política, na verdade é uma incompatibilidade, haja vista, a religião de forma natural fazer política, isto é, atuar na vida cotidiana das pessoas por vezes, muito mais do que o estado, no que diz respeito, a ensinar e incentivar os seus a conhecer e buscar seus direitos, também na assistência social assistindo os necessitados em todos os aspectos e outras áreas em que o estado através da política gere a vida do homem.
Estamos nos aproximando de mais uma eleição em nosso País, e é de grande importância e extrema relevância, que esta parcela da população que não vê a relação direta entre Religião e Política, desperte e entenda a necessidade de participarem também do processo eletivo, não só no voto, mas nas discussões em torno das propostas e candidatos a fim de que tenhamos um resultado positivo de administração, na condução de nossas vidas, como homem e como Nação.