Um dos trunfos da difícil missão do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) de tentar fortalecer sua pré-candidatura ao Governo do Estado, a probabilidade de ser o dono do palanque exclusivo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva na Paraíba foi por água abaixo.
E nem foi pelas fotos tiradas com o petista ao lado do governador João Azevêdo, o que poderia não passar de mero gesto protocolar por terem sido registros de um evento do PSB (partido do governador e do pretenso vice de Lula, Geraldo Alckmin), onde o presidenciável fez-se presente.
Para muito além de conjecturas e interpretações, a tese da exclusividade foi destruída pelo próprio Lula, em tom cabal, durante entrevista.
Ele afirmou ter na Paraíba um “bom problema” pela quantidade de pré-candidatos a governador que querem apoiá-lo. E, nesse ponto, já foi enfático no pragmatismo: “Eu não recuso voto”.
E, sendo ainda mais claro, admitiu: “Eu preciso ir na Paraíba. Vou conversar com todo mundo. Eu não tenho veto a ninguém”.
Mais claro ainda, deu nome aos bois: “Sou amigo da vice-governadora (Lígia Feliciano); conheço menos o governador, mas ele entrou no PSB; sou amigo do Veneziano e tenho muitos amigos no MDB; sou muito amigo do Ricardo Coutinho”.
E, quase repetindo Dilma Rousseff (que disse que, para vencer um pleito, se fazia “o diabo”), concluiu Lula: “Então, quero chegar lá e fazer uma conversa com todo mundo e, se for preciso pedir apoio para todo mundo, eu peço apoio para todo mundo porque, no processo eleitoral, o que importa é a gente ganhar as eleições”.
Há menos de um mês e meio, o petista havia declarado, durante entrevista a uma emissora de rádio do Sertão, estar "altamente convencido da necessidade de fazer aliança com o MDB, com Veneziano".