O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), Mário Borba, afirmou nesta sexta-feira, 06, durante entrevista à Rádio Cariri FM, que o segmento, apesar de toda a sua importância para a economia, foi completamente ignorado pelo governador João Azevêdo durante toda a sua gestão.
“Nós tivemos um governo agora, nestes últimos quatro anos, que não ouviu o setor. O setor não foi ouvido hora nenhuma”, disse. Segundo Mário, a indisposição do governador para o diálogo atinge, na verdade, todos os segmentos produtivos. “Nenhum setor da economia foi recebido pelo governo”, frisou.
O presidente da Faepa fez uma comparação entre o desenvolvimento registrado em estados vizinhos e a Paraíba, apontando um cenário de descaso do Governo do Estado que se reflete, inclusive, na própria organização estrutural da gestão.
“Repare o desprezo do (governo com) o setor agropecuário, esperando uma decisão política, para poder ser nomeado um secretário de agricultura, e o estado sendo prejudicado com isso”, disse, referindo-se ao fato de a pasta está sem titular.
Mário Borba afirmou, ainda, que a entrada das águas da transposição na Paraíba poderia representar um elemento de fortalecimento da economia, o que não ocorre por falta de ação por parte do governo estadual e da ausência de diálogo de João Azevêdo com o setor produtivo.
“A Paraíba tem um potencial muito grande, que poucos estados do Nordeste têm. Mas, até hoje o Estado não sentou com o setor privado para discutir o gerenciamento dessa água. Isso é ruim para o estado”, ponderou. “É uma falta de atenção com o setor primário, o setor agropecuário”, complementou.
VIOLÊNCIA
Ainda durante a entrevista, Mário Borba listou outro problema que, de acordo com ele, vem assolando e causando danos ao setor agropecuário, que é a violência. O assunto foi pauta, inclusive, de discussões durante um encontro realizado nesta quinta e sexta-feira em Campina Grande.
Ele lembrou a precariedade da estrutura de segurança pública na Paraíba, inclusive a escassez de policiais na maioria dos municípios, ressaltando que a zona rural se tornou um alvo fácil da criminalidade, situação que tem afetado economicamente o estado.