Nova coluna de Alexandre Moura no Hora Agora. Confira


Por Alexandre MOURA (*)

RNP a “Pioneira”

Este ano, a Internet no Brasil completou 30 anos. Considerando evidentemente, que suas origens, foi na instalação da primeira rede com “Tecnologia Internet” do país, em 1992, pelo “Projeto RNP.” Posteriormente, o funcionamento da RNP levou à criação de vários “Provedores de Acesso Comerciais”, visando atender a demanda criada pela necessidade de se dispor de uma “Internet verdadeiramente comercial”. Desta forma, a RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa foi responsável pela instalação do primeiro serviço de Internet brasileiro. Sendo “uma organização social vinculada ao MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações” e mantida conjuntamente, com os ministérios da Educação, das Comunicações Turismo, da Saúde e da Defesa, através do “Programa Interministerial RNP (o chamado PRO-RNP)”. 

RNP a “Pioneira” II

Atualmente, a RNP atende universidades, institutos educacionais e culturais, agências de pesquisa, hospitais escola, parques e polos tecnológicos. Beneficiando cerca de 4 milhões de alunos, professores e pesquisadores em todo território nacional. A RNP está também, conectada às demais redes de educação e pesquisa da América Latina, América do Norte, África, Europa, Ásia e Oceania por meio de cabos de fibra óptica (terrestres e submarinos). A RNP mantém ainda, a ESR - Escola Superior de Redes, “criada para promover a capacitação, o desenvolvimento profissional e a disseminação de conhecimento em TI (Tecnologias da Informação)”. Ao longo de 16 anos de atuação, a ESR atendeu mais de 1.100 instituições e aproximadamente, 35.000 alunos foram treinados em tecnologias relacionadas à Internet.

“Valoração” em Baixa

A “turbulência” na economia mundial (inflação alta e consequentemente, juros elevados, “inibindo” e/ou diminuindo bastante, a disponibilidade de capital de risco) reflexo da pandemia e da guerra na Ucrânia, tem afetado, praticamente, todos os segmentos econômicos, principalmente “as bolsas de valores”. E com as ações das Startups não tem sido diferente. Depois de anos seguidos de valoração e crescimento, a “conta chegou” também, para este setor. As “rodadas de investimentos” (captação de recursos, nas várias fases de capitalização dessas empresas) começam a “sentir” a diminuição dos valores disponíveis para investimentos, que segundo especialistas, em nível mundial, “tem forçado as Startups dar descontos substanciais, em suas altas avaliações do passado recente”. Só para se ter uma ideia da “queda” nesse mercado nos últimos meses, um levantamento nas bolsas de valores dos Estados Unidos, no período de janeiro a julho deste ano, mostrou que as Startups americanas conseguiram captar cerca de R$ 22 bilhões. No mesmo período de 2021, o valor foi de R$ 510 bilhões! Uma diferença exponencial! As perspectivas para 2023 não são melhores. 

“Escudo de Chips”

Nos últimos meses, muito se tem comentado sobre o “Escudo Invisível” que defende Taiwan. Esse “escudo” é na verdade a enorme produção de Chips (semicondutores) de computadores, da empresa TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company), maior produtora de Chips do mundo (responsável por cerca de 40% da produção, em nível global). Como disse, recentemente, o principal executivo da empresa de Taiwan em uma entrevista na rede de TV CNN americana, “no caso de acontecer uma invasão da ilha, a fábrica da TSMC ficaria totalmente inoperante e sem perspectivas de voltar a funcionar”. Isso levaria ao “caos”, as cadeias produtivas de todos os produtos que dependem desse componente essencial. Basta ver o que aconteceu com a indústria automobilística (só para citar um setor altamente dependente de semicondutores), nos anos de 2020 e 2021, devido à “bagunça” causada pela pandemia na cadeia logística mundial. Esse fato “faz um possível invasor, pensar duas vezes”, antes de agir. Entretanto, essa “proteção” de Taiwan tem prazo de validade. Os dois maiores consumidores dos produtos da TSMC, a China e os Estados Unidos, estão investindo bilhões de dólares (diretamente e através de incentivos fiscais) para que empresas e conglomerados locais da indústria eletrônica passem a produzir semicondutores, internamente. Mesmo caminho sendo seguido por vários países europeus. Os americanos inclusive criaram uma lei (a chamada Chips Act) com “incentivos fiscais, para empresas privadas investirem em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) de Chips e montarem fábricas de semicondutores nos Estados Unidos”. O Brasil também está preocupado com essa dependência da TSMC, e vem trabalhando para contornar ou minimizar, o problema. Assim, o governo brasileiro e o governo da Coreia do Sul, estão em fase final de negociação de “um acordo para unir esforços na construção de uma fábrica de semicondutores que será instalada em território nacional, utilizando tecnologia da empresa coreana Samsung”.

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Engenheiro Eletrônico, MBAs em Software Business e Comércio Eletrônico, acionista da Light Infocon Tecnologia S/A, Diretor da LightBase Software Público Ltda, Conselheiro-Titular do SEBRAE-PB, VP da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP.

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