Poucas coisas na política surpreendem, mas esse é exatamente o caso da participação espantosa do PL paraibano numa construção do interesse do governador e futuro candidato à reeleição João Azevêdo (PSB).
João terá como candidata ao senado a deputada estadual Pollyana Dutra, sua correligionária. Para que a parlamentar aceitasse a candidatura improvisada, o acordo foi que seu marido, Francisco Dutra Sobrinho, mais conhecido como Barão, concorra à Assembleia Legislativa.
Até aí, tudo dentro da rotina da política. Não fosse um detalhe.
Barão está filiado ao PL. O PL de Jair Bolsonaro e que na Paraíba tem Nilvan Ferreira como pré-candidato a governador e Bruno Roberto como pré-candidato a senador, ambos com veemente discurso contra o ex-presidente Lula (PT) e contra João Azevêdo (PSB).
Eis que Barão, entretanto, chega para tirar da Assembleia Legislativa a vaga de um candidato bolsonarista.
E, o mais elementar e estapafúrdio, evidentemente vai votar em Lula para presidente, João para governador e na esposa para o Senado. Em detrimento total dos candidatos (e do discurso) do PL.
Dentro do partido, a reação dos pré-candidatos foi de perplexidade. Dentre as respostas consideradas, alguns querem levar o caso diretamente ao presidente da República.