A TV Manaíra realizou o primeiro debate entre os candidatos ao Governo do Estado, na noite deste domingo, seguindo uma programação da emissora cabeça de rede, a Band. Todos os nomes homologados pelos partidos para as eleições foram chamados. O encontro foi competentemente mediado pela experiente e tarimbada jornalista Cláudia Carvalho, mas o formato com uma réplica de apenas 30 segundos desagradou.
Em linhas gerais, alguns destaques:
NILVAN FERREIRA (PL): Conseguiu se sair bem contra quase todos os concorrentes, causando embaraços para João Azevêdo e Veneziano Vital. Mas, tropeçou diante do fogo cruzado do Major Fábio que o provocou a respeito da relação (que o oponente tratou como subordinação) com o deputado federal Wellington Roberto.
JOÃO AZEVÊDO (PSB): Se mostrou tranquilo, mesmo sendo alvo de boa parte dos debatedores e fugiu de algumas “armadilhas”. Maiores dificuldades quando das discussões com o oponente Nilvan Ferreira. Foi ao extremo da oposição entre discurso e realidade ao falar sobre seu papel em relação aos policiais.
VENEZIANO VITAL DO RÊGO (MDB): Adotou um discurso de “debate propositivo” para evitar confrontos e ocupou espaços para a defesa do nome do candidato do PT à presidência. Foi confrontado sobre a mudança de postura na relação com o governador João Azevêdo e as denúncias contra Ricardo Coutinho e foi evasivo.
PEDRO CUNHA LIMA (PSDB): Manteve o discurso já apresentado com foco na educação, o que repetiu em diversas abordagens, e, naturalmente, apontou críticas diretas à gestão de Azevêdo. Contudo, emprega um tom extremamente hermético e uma linha quase acadêmica de fala.
MAJOR FÁBIO (PRTB): Metralhadora giratória. Experimentado e de língua afiada, foi o único debatedor que conseguiu acuar Nilvan Ferreira. Prejudicado pelo fato de o PRTB não ter o direito assegurado aos debates, deverá ficar ausente de outros encontros. Demonstra a necessidade de aperfeiçoar conhecimento em áreas específicas.
ANTÔNIO NASCIMENTO (PSTU): Fez o papel usual e esperado às legendas de extrema esquerda e disparou contra todos os debatedores (exceto a postulante do PSOL).
ADJANY SIMPLÍCIO (PSOL): De longe, o pior desempenho do debate. Naturalmente, é esperado que a única candidata mulher, ainda mais sendo do PSOL, aborde a pauta feminista. Entretanto, a postulante focou praticamente apenas nesse tema, fosse qual fosse o assunto. A impressão é que, sem ter conhecimento dos demais assuntos, socorre-se de uma pauta com a qual tem afinidade.