"A economia criativa nos traz o livre pensar para seguir em busca da economia de abundância" - Por Regina Amorim


A economia criativa nos traz o livre pensar para seguir em busca da economia de abundância e de um futuro melhor do que imaginamos. Basta ver e perceber as mudanças que vêm suprindo as necessidades humanas, diante das grandes transformações dos recursos limitados em recursos ilimitados, que há muitos séculos não era nem possível se cogitar, como soluções de problemas da época.

A tecnologia exerce o seu papel de libertador de recursos, transformando o que era escasso, em abundante, elevando os padrões de vida de todos os habitantes e criando um mundo de possibilidades. A abundância de recursos está ao nosso alcance. São as novas tecnologias que estão modificando nossas vidas e contribuindo para um mundo melhor. 

Segundo a ONU, a população mundial já ultrapassa 8 bilhões de pessoas em 2022 e será 9,7 bilhões em 2050. Com as novas tecnologias essa população poderá ser beneficiada com água limpa, alimentos e moradia acessíveis, educação e saúde para todos, energia ilimitada e não poluente, que são necessidades básicas para uma melhor qualidade de vida.

O sistema educacional atual precisa ser repensado, para que logo cedo as crianças possam ser estimuladas para o uso da criatividade e da tecnologia que irão possibilitar o aprendizado descentralizado e personalizado. A abundância só será benéfica se for inclusiva. Estamos falando da boa saúde, a boa educação, a boa assistência médica preventiva e o transporte público para todos.

Enquanto alguns indivíduos estão otimistas sobre a abundância de recursos, a grande maioria da população ainda continua sem dar a devida atenção aos fatos e informações, porque nos tempos atuais, a atenção passou a ser um recurso muito limitado, para acompanhar as mudanças exponenciais.

A velocidade e a memória dos computadores, cada vez maiores, com preço e tamanho menores é um exemplo de mudança exponencial. Basta perceber as redes, sensores e a inteligência artificial, presentes nos vários equipamentos, veículos, construções e aplicativos que estão disponíveis, no nosso dia a dia e que já contribuem para a sustentabilidade, a redução de gastos de energia e de tempo. Pesquisa do SEBRAE em parceria com o IBGE mostra que 74% das Micro e Pequenas Empresas já implementaram o controle de energia, 65% o controle no consumo da água, 62% reduziram o consumo de papel e 55% implementaram a coleta seletiva de lixo. 

Na saúde, a inteligência artificial tende a transformar a medicina reativa em medicina preventiva e personalizada. O uso inteligente dos dados do paciente permite criar modelo mais preventivo e efetivo de assistência à saúde, pois a tecnologia vem colaborando para a prevenção, longevidade e antecipação de diagnóstico.

C.K. Prahalad em seu livro A Riqueza na Base da Pirâmide (2004) mostra como pode melhorar a vida das pessoas e gerar emprego, renda e lucro. Ficou marcante a sua frase “Se pararmos de pensar nos pobres como vítimas ou como um fardo e começarmos a reconhecê-los como empreendedores incansáveis e criativos e consumidores conscientes de valor, um mundo totalmente novo de oportunidades se abrirá”. 

Outra frase que devemos sempre lembrar é “O Brasil que dá certo é um país de pessoas conectadas e livres para aprender e prosperar coletivamente e de forma colaborativa” do Marcio Okabe, que se apresenta como palestrante por vocação e “educador Maker” por missão, transformando os espaços de aprendizagem em um lugar para a experimentação criativa e prática do conhecimento.

Se podemos definir abundância como disponibilidade de produtos e serviços que se renovam e se multiplicam, podemos concluir que estamos ganhando acesso a muitos mecanismos de prosperidade. A rede que nos une está permitindo que nos transformemos em uma mega inteligência coletiva e pensamento colaborativo, que não param de crescer e que contribuem para o crescimento exponencial das inovações.

O caminho para a abundância requer grandes inovações, mas também requer tolerância ao risco ou ao fracasso e até a tolerância às ideias revolucionárias que à princípio parecem absurdas. Correr riscos faz parte de todo processo criativo das pessoas que acham que podem mudar o futuro e que, efetivamente, contribuem para as mudanças.

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Regina Amorim é formada em Economia pela UFPB, Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB - Universidade de Brasília e Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência - Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE. Atualmente é Gestora de Turismo e Economia Criativa do SEBRAE/PB.

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