Não é duvida entre nós brasileiros que somos um povo pacato, ordeiro, democrático, entretanto esta condição passa a ser subjetiva por demais quando há sinais de ultraje à Pátria. A letra da canção de nosso exército expressa bem esta ideia.
“A paz queremos com fervor / A guerra só nos causa dor / Porém, se a Pátria amada / For um dia ultrajada / Lutaremos sem temor”.
A história do Brasil nos mostra na prática que toda passividade de seu povo se dá em consonância à condição de harmonia que a Nação goze interna e ou externamente, isto é, paz entre os poderes constituídos para regê-la, paz com as Nações com as quais se relaciona, respeito ao povo, preservação do bem maior deste, a liberdade.
Se não fosse assim não teríamos registro nos anais de nossa história de mais de uma centena de conflitos internos e externos, uns mais intensos outros com menor intensidade, uns mais importantes, outros nem tanto, uns armados outros não, uns mais conhecidos como a Revolução Constitucionalista de 32 e a Revolução de 64, outros nunca lembrados, mas, conflitos, guerras.
O fato em comum entre todos eles, é a defesa do Estado Brasileiro e o abraçamento de seu povo à causa.
A ideia de conflito necessariamente passa pela incompatibilidade ou situações onde ações tomadas são consideradas incompatíveis, não condizentes.
O Brasil hoje vive uma realidade de ações não harmoniosas entre os poderes, isto é, um conflito, ações consideradas incompatíveis por um e outro poder, inclusive, muitas das tais, têm resultado em um total desrespeito ao povo e ultraje ao País, duas situações que anulam a condição de pacificidade do povo brasileiro.
Não é atoa que este mais uma vez tem ido às ruas, as frentes dos quarteis estão tomadas há pelo menos vinte dias sem que as pessoas arredem o pé, as manifestações estão nas rodovias, estão nos movimentos do agro, dos caminhoneiros, dos empresários, dos trabalhadores em geral.
O que se vê, o que se percebe é que o sentimento de amor a Pátria foi aflorado a níveis elevados, o sensor de defesa ativado e os músculos do intelecto tensionados.
Estando assim, milhões de brasileiros tem manifestado o total antagonismo aos acontecimentos no Brasil no que diz respeito ao poder judiciário e suas ações incompatíveis, sua militância política, seus atos arbitrários e inconstitucionais.
Estes têm clamando ao poder maior da Nação que socorra o País e o seu povo, colocando as coisas em ordem, trazendo a harmonia e a paz que se almeja.
Por outro lado, temos um estado rebelde anarquista, armado, que também se opõe, mas, à ordem a paz e a justiça, a sociedade, ao povo, e que tem buscado por todos os meios se consolidar, se firmar e que se vale exatamente desta condição de desarmonia dos poderes e tendência de um destes em favorece-lo para que obtenha lucro, alcance seus objetivos, logre êxito em seus projetos.
Também de igual forma tem sentimentos aflorados, não pela Nação, mas, por seus próprios interesses e que não mede esforços para tê-los satisfeitos. É um estado que vai para o tudo ou nada sem pensar nas consequências sejam elas quais forem.
Ou seja, a ideia de um conflito, o desenho de uma guerra está feito, estamos a um passo, não há como evitar, a questão é: contra quem o estado vai lutar, qual lado ele vai escolher para defender, o povo amante da Pátria, ou o estado paralelo ávido por satisfazer suas vontades, conquistar seus objetivos, firmar-se como tal?
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Waltair Barbosa Pacheco de Brito Junior é brasileiro, natural de Campina Grande/PB. Nascido em 04 de setembro de 1965, é formado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual da Paraíba, cristão e casado.