Por Alexandre MOURA (*)
“G20” e os Criptoativos
Os países cujas autoridades formam um grupo, informalmente, denominado de “G20” (composto pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a UE - União Europeia) estão trabalhando na “construção de um consenso político, em nível mundial, sobre criptoativos”. Como esse assunto (que também, envolve tecnologia) estará muito em evidência ao longo de 2023, é importante deixar aqui alguns conceitos, antes de continuar tratando do assunto deste tópico. Para a RFB - Receita Federal do Brasil, criptoativos são definidos como: “Representação digital de valor, denominada em sua própria unidade de conta, cujo preço pode ser expresso em moeda soberana local (no nosso caso em R$) ou estrangeira, transacionado eletronicamente com a utilização de criptografia e de tecnologias de registros distribuídos”. Ou seja, “são ativos virtuais - dentre eles estão às chamadas criptomoedas ou moedas virtuais para alguns (a exemplo da mais antiga e popular, a Bitcoin) - protegidos por criptografia, e que geralmente rodam em uma blockchain (grande mecanismo de banco de dados descentralizado)”. É importante também, entender que as criptomoedas “são moedas totalmente digitais, utilizadas para pagamentos e transações financeiras no ambiente virtual, assim como o dinheiro (mas não são emitidas por nenhum governo e não são reguladas)”, não estando, portanto, sob o controle do Banco Central de qualquer país do mundo. Para finalizar os conceitos acima apresentados, reforço que, “toda criptomoeda é um criptoativo, mas nem todo criptoativo é uma criptomoeda”.
“G20” e os Criptoativos (II)
Voltando ao tópico. O movimento do G20 (sob a liderança da Índia) para “construir um consenso político sobre criptoativos e ter uma regulamentação sobre o tema, em nível global, passou a ser prioridade das autoridades monetárias de praticamente, todos os países e não só do G20”. Visto que as implicações dos criptoativos para a economia, a política monetária e o setor bancário são extremamente importantes e impactantes, fazendo-se necessário esse consenso político para a criação de regras claras e que possam ser adotadas por todos os governos (em relação aos criptoativos de qualquer natureza), em uma economia mundial cada vez mais digitalizada e “interligada eletronicamente”. Essa “supervisão e regulamentação” é uma necessidade, especialmente após as “quebras” de diversas corretoras de criptomoedas (o mais utilizado dos criptoativos) e também pelo “colapso da bolsa de criptomoedas FTX” e de “dezenas de afiliadas que entraram com pedido de falência nos EUA no mês passado, depois que a plataforma de negociação sofreu uma onda de retiradas e um acordo de resgate fracassou”. O “cerco” dos governos ao mercado de criptoativos vai ficando cada vez mais apertado. O Brasil, por exemplo, já tem uma legislação que regulamenta o mercado de criptoativos no país. Trata-se da Lei Nº 14.478 publicada no DOU - Diário Oficial da União no último dia 22 de dezembro e que entrará em vigor, plenamente, em 180 dias. Ou seja, o Brasil está na vanguarda desse movimento mundial de regulamentação. Excelente!
Robôs Industriais e a Fundação CERTI
A Fundação CERTI (Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras, www. certi.org.br) “organização de pesquisa, desenvolvimento e serviços tecnológicos especializados que proporciona soluções inovadoras para a iniciativa privada, governo e terceiro setor” tem procurado “ajudar” o segmento industrial em várias áreas das plantas industriais, onde o uso de “tecnologia no estado da arte” é importante e fator primordial para competitividade da indústria brasileira. Exemplos como robotização, aplicações de IA (Inteligência Artificial) e IoT (Internet das Coisas) já são comuns em “instalações fabris de grande porte, como montadoras automobilísticas e a indústria aeroespacial (a EMBRAER é um exemplo), que se encaixam em um contexto de indústria 4.0”. Entretanto, indústrias que estão em fase de transformação digital e buscando adquirir soluções robotizadas para suas linhas de produção, esbarram nos altos custos destas soluções.
Robôs Industriais e a Fundação CERTI (II)
Visando minimizar estes custos e buscar atender as empresas de menor porte, a Fundação CERTI criou a “Família de Robôs CR”, projeto que desenvolveu de forma completa, criando uma linha de robôs industriais de baixo custo, inicialmente para utilização pela empresa “Produza S/A”. Outro objetivo do projeto da CERTI é “promover disseminação da Indústria 4.0, por meio da implantação de robôs industriais nas linhas de produção, a custos acessíveis, garantir a segurança na operação e contribuir para a transição de operações manuais repetitivas, cansativas e/ou perigosas para os humanos, para processos automatizados”. Ótima ideia!
Feliz e Abençoado Natal para todos!
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Engenheiro Eletrônico, MBAs em e Comércio Eletrônico e Software Business, pela N.S. University (Estados Unidos), acionista da Light Infocon Tecnologia S/A, Diretor da LightBase Software Público Ltda, Conselheiro-Titular do SEBRAE-PB, VP da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP.