Por Alexandre MOURA (*)
Computação na “Nuvem” e as BigTechs
Nas últimas semanas estamos observando as grandes empresas mundiais de tecnologia (as chamadas BigTechs), “enxugando” agressivamente, seus quadros de funcionários. O caso mais recente sendo o da Dell Technologies Inc (principal fabricante de computadores dos Estados Unidos) que demitiu um total de 6.650 pessoas, em várias unidades da empresa espalhadas pelo mundo. Um dos motivos alegados é que o “boom dos serviços em nuvem está diminuindo, devido à desaceleração da economia em nível mundial”, que também atingiu outros negócios dessas gigantes. Os números das empresas americanas Microsoft e Amazon, que juntas dominam o mercado de “computação em nuvem”, mostram claramente “que o crescimento no ano passado, nesse segmento, foi o mais baixo desde 2015”. A também americana Alphabet Inc (“dona” do Google e terceira colocada no ranking) teve redução significativa, de crescimento, em 2022. Com a previsão de redução ainda maior dos negócios, ao longo desse ano, a “luz amarela” acendeu para os dirigentes das BigTechs.
Computação na “Nuvem” e as BigTechs (II)
Desta forma, as empresas estão tomando medidas preventivas, que passam, dentre outras decisões, pela redução drástica da mão de obra e, por conseguinte, nos novos projetos em desenvolvimento. Segundo matéria da Agência Reuters, “os resultados ruins (de 2022) refletem uma mudança (pós-pandemia) para investimentos bem menores, por parte dos clientes corporativos das BigTechs, cujos orçamentos foram bastante reduzidos no ano passado, pela crise das grandes redes do comercio varejista dos Estados Unidos, alta inflação e aumento das taxas de juros, em nível mundial”. Com “nuvens” carregadas no horizonte dos negócios, as empresas de tecnologia estão se voltando para o crescente e ainda pouco explorado (comercialmente), mercado de IA (Inteligência Artificial). O interessante é que, segundo analistas, “um potencial boom no mercado de IA, poderá refletir no aumento da demanda por serviços em nuvem”, revertendo o quadro atual. Isso se deve ao fato que, “os aplicativos de IA exigem um enorme poder de computação (processamento), beneficiando as empresas cujos serviços na nuvem ajudam a processar (fazer funcionar) os sistemas que usam essa tecnologia”. Entretanto, isso deve demorar a acontecer (talvez, dois ou três anos). É aguardar.
“Cidades Inteligentes”
O tema “Cidades Inteligentes” (Smart Cities) é sempre atual, principalmente com o aperfeiçoamento e desenvolvimento, de tecnologias passíveis de aplicação no ambiente urbano. De uma forma geral, “as cidades inteligentes usam dispositivos IoT (Internet das Coisas), aproveitando a conectividade e velocidade da Tecnologia 5G para coletar e analisar dados”, visando subsidiar o planejamento e as ações da gestão da cidade. Com o objetivo de ter uma “métrica” disponível, para comparar em qual “nível de inteligência” uma cidade se encontra, o Thales Group (www.thalesgroup.com) - empresa francesa que comercializa sistemas de TI (Tecnologia da Informação) para a indústria aeroespacial, de defesa e de segurança - divulgou um documento, com um conjunto de informações para possibilitar essa comparação/analise. Para medir o “nível de inteligência” de uma cidade, o documento do Thales Group, lista 11 itens, descritos a seguir. 1º Item: “Disponibilidade de Sistemas de Gerenciamento de Tráfego”, para possibilitar o fornecimento de atualizações de tráfego, em tempo real, visando minimizar congestionamentos e tornar as vias mais seguras; 2º: “Pavimentos das ruas equipados com sensores”, para verificar a necessidade de manutenção, visando antecipar os reparos nas vias e dessa forma, diminuir transtornos aos usuários; 3º Item: “Disponibilidade de Edifícios Inteligentes” (tanto públicos quanto privados): para assim, gerenciar eficazmente, o consumo de eletricidade e de água, diminuindo o estresse na rede elétrica e de distribuição de água.
“Cidades Inteligentes” (II)
Continuando. 4º Item: “Gestão de Estacionamentos”, através de aplicativo para smartphones, com atualização de disponibilidade de vagas em tempo real (incluindo pagamento automático da vaga utilizada, economizando tempo dos usuários); 5º: “Transporte Inteligente”, com a utilização de sensores e pontos de acesso Wi-Fi, para manter os ônibus (transporte público) e veículos particulares conectados a rede 5G, visando melhorar/facilitar o transito, através de sistemas que transmitem a posição de um veículo e sua velocidade, para outros veículos conectados, mostrando o melhor caminho e velocidade possível em determinado trajeto; 6º Item: “Ciclovias Virtuais”, com sensores que se conectam aos carros, que alertam os motoristas sobre a presença de cliclistas; 7º: “Iluminação Pública Inteligente”, com equipamentos de gerenciamento, que adequam a intensidade da iluminação necessária ao ambiente de acordo, inclusive, com as condições meteorológicas; 8º: “Monitoração da Qualidade do Ar”, através de sensores que monitoram os níveis de poluição do ar urbano, informando aos moradores através de aplicativo para smartphones; 9º Item: “Gestão do Lixo”, com as lixeiras disponibilizadas na cidade monitoradas digitalmente, alertando quando estiverem cheias para substituição, melhorando os padrões sanitários; 10º: “Assistência Médica a Distância”, fazendo o monitoramento remoto de pacientes, através de conectividade 5G possibilita acesso dos Médicos ao paciente, em tempo real. Em caso de emergência, uma ambulância “conectada 5G” envia dados vitais do paciente para o hospital, facilitando a preparação da equipe de atendimento no destino, aumentando a eficiência do socorro e diminuindo as pressões sobre as organizações de saúde; E por fim, temos o 11º e último item, que é a “Gestão de Recursos Hídricos”, onde “Medidores inteligentes” coletam dados de consumo de água para analisar e mitigar os riscos de vazamento e quando isso acontecer ser resolvido rapidamente.
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Engenheiro Eletrônico, MBAs em e Comércio Eletrônico e Software Business, pela N.S. University (Estados Unidos), acionista da Light Infocon Tecnologia S/A, Diretor da LightBase Software Público Ltda, Conselheiro-Titular do SEBRAE-PB, Diretor da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP.