Não se pode dizer que o vereador Pastor Luciano Breno (PP) tenha vocação para mártir político.
Não no que se refere a suportar ataques em eterno silêncio ou dando a outra face para bater àqueles que, outrora membros de sua mesma congregação política, agora dão o comando para sua crucificação perante a opinião pública.
Breno é político de segundo mandato, condição que por si desautoriza considerar que seja vocacionado para o suplício silente.
E ainda tem a vivência da atividade profissional como advogado criminalista, que naturalmente condiciona o sujeito a saber lidar com as mais complexas personalidades, afinal, nem todos os clientes de um penalista são santos.
Como está claro, diante de suas escolhas políticas recentes, passou a estar na mira de pedradas cuja origem é óbvia demais.
Porém, o pecado maior do pastor talvez tenha sido acreditar que era irmão de quem apenas o queria como serviçal. O erro do político foi demorar a entender que se via parte de um grupo do qual nunca foi considerado se não um mero auxiliar.
Fosse Breno um padre, dir-se-ia que, esperando chegar a bispo na sua grei política de outrora, jamais foi consagrado nem a sacristão.
E, como renegou a vocação que lhe impunham de ser, no máximo, coroinha, percebeu que, agora, querem transformá-lo em excomungado, quase um Judas.
Todavia, sem aparente vocação para o sacrifício dos cordeiros calados, é preciso saber quantas faces Luciano Breno terá para que sejam esbofeteadas sem reação.
As Escrituras ensinam que “a boca fala do que o coração está cheio”. Se a boca do pastor-vereador resolver falar, o que transbordará do seu peito ferido?