ChatGPT - Confira a coluna de Alexandre Moura e entenda essa nova ferramenta


Por Alexandre MOURA (*)

ChatGPT 

Desde seu lançamento no final do mês de novembro do ano passado, o ChatGPT – um tipo de chatbot (programa de computador que tenta simular um ser humano, na conversação com pessoas) - tem sido um sucesso e “incomodado” as gigantes americanas de TI (Tecnologia da Informação) a Microsoft, a  Amazon e a Alfhabet Inc (“dona” do Google). O  ChatGPT  “é um algoritmo baseado em IA (Inteligência Artificial) e foi desenvolvido por um laboratório de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) em IA dos Estados Unidos, chamado OpenAI, com sede na cidade de San Francisco, Califórnia. A sigla GPT significa  “Generative Pre-Trained Transformer” (“Transformador Pré-treinado Generativo” em uma tradução livre). O algoritmo utilizado pelo ChatGPT foi desenvolvido com base em redes neurais (método de IA que “ensina” computadores a processar dados de uma forma semelhante a do cérebro humano) e na tecnologia machine learning (“aprendizado de máquina” - área da IA que, por meio de algoritmos, permite aos computadores “ter a capacidade” de identificar padrões em grandes volumes de dados e informações e desta forma, fazer “previsões”). 

ChatGPT  (II)

A ideia por trás do desenvolvimento do ChatGPT  foi o de “aprimorar a experiência e os recursos, oferecidos por assistentes virtuais “tradicionais”, como o Alexa da Amazon e Google Assistant.

O sucesso veio pela facilidade da ferramenta em oferecer ao usuário, uma forma simples de conversar e obter respostas aos questionamentos. “Podendo ainda, redigir prosa e responder a consultas de pesquisa” de uma forma quase natural. E isso preocupa a concorrência que vem perdendo espaço e muito dinheiro, a exemplo da Alphabet Inc que viu seu valor de mercado encolher em mais de R$ 500 bilhões, desde o aparecimento da ferramenta do OpenAI. Todos concordam que IA veio para ficar e sem duvida, é o futuro desse mercado. O maior problema é que os investimentos e custos inerentes em P&D nessa área e também, no uso/manutenção da ferramenta, vão continuar aumentando enquanto a tecnologia não se “estabilizar”. 

ChatGPT  (III)

Um exemplo claro são os esforços da Alphabet Inc, para adicionar “IA Generativa” no software de “Pesquisa do Google”. A utilização dessa tecnologia tem esbarrado (principalmente) no custo de uso, que precisa num primeiro momento, ser repassado ao usuário de alguma forma. Segundo matéria da Agência Reuters, o Morgan Stanley (empresa global de serviços financeiros sediada em Nova York, Estados Unidos) estimou que, “os 3,3 trilhões de pesquisas feitas no Google em 2022, custaram cerca de um quinto de centavo de dólar cada, um número que aumentaria muito, dependendo de quanto texto a IA deve gerar, usando uma ferramenta do tipo ChatGPT”. Segundo analistas, esse aumento seria da ordem de R$ 30 bilhões até o final de 2024, caso o uso de “IA lidasse com metade das consultas que recebe respostas de até 50 palavras”. Esse valor é muito alto, no atual momento “complicado” da economia mundial. Especialmente, para as grandes empresas de TI (Tecnologia da Informação) e seus clientes corporativos, que estão “espremendo” qualquer custo operacional.

Importante Julgamento

Desde o último dia 21 de fevereiro, a Suprema Corte dos Estados Unidos analisa um processo, referente à “responsabilidade pelos conteúdos” publicados na Internet. Caso a decisão seja na direção que as empresas de tecnologia proprietárias de redes sociais (Facebook,  Instagram, YouTube,  TikTok  e Google), “devem responder legalmente, pelos conteúdos que divulgam”, estaremos diante uma revolução na Internet. A decisão é complicada e terá alcance além das fronteiras dos Estados Unidos. Os nove Juízes que compõem a Suprema Corte, estão debruçados sobre a validade de uma lei local, que desde 1996 concede a essas empresas, uma “certa imunidade” perante a justiça americana, em relação ao que é publicado na Internet. O julgamento é referente a um “caso ligado aos ataques terroristas de novembro de 2015, na França, e decorre de um processo contra o Google, movido por familiares de uma das 130 vítimas desses ataques”. Segundo o que consta no processo, “ao disponibilizar vídeos do YouTube de terroristas para seus usuários, o Google ajudou os ativistas a espalhar sua mensagem e assim, forneceu suporte material para os ataques ocorridos em Paris”. Antes de chegar a Suprema Corte, Tribunais Federais rejeitaram a denúncia com base em uma disposição legal conhecida como “Seção 230” (que diz: “as empresas de Internet gozam de imunidade legal pelo conteúdo que publicam porque não tem o papel de um Editor”), adotada quando a “Internet comercial” estava no inicio. A sentença que pode “mudar” a Internet deve ser proferida até o dia 30 de junho deste ano. Independente do resultado do julgamento, podemos imaginar em futuro não muito distante, com IA (Inteligência Artificial, colocada nesses sistemas pelas empresas de TI, vide tópicos acima) gerando “conteúdo sozinha” e fazendo o papel de um escritor? Ficção Cientifica? Não! É só uma questão de tempo. E nesse caso, como fica a legislação atual de qualquer país sobre o assunto? Talvez essa seja a principal discussão a ser endereçada daqui para frente. 

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(*) Engenheiro Eletrônico, MBAs em e Comércio Eletrônico e Software Business, pela N.S. University (Estados Unidos), acionista da Light Infocon Tecnologia S/A, Diretor da LightBase Software Público Ltda, Conselheiro-Titular do SEBRAE-PB, Diretor da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP.

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