Apresentado como "conquista", Porsche de mais de R$ 600 mil foi apenas uma das publicações de ostentação do gerente nas redes sociais |
Fotos com vários carros de luxo apresentados como "novas conquistas". Imagens em frente a uma casa de altíssimo padrão. Registros em restaurantes finos, viagens e com gente importante. Ostentação da mais grosseira sempre acompanhada do chamariz no discurso para captação de clientes - que hoje se sentem vítimas.
Essa era a rotina de um colaborador da Braiscompany desde meados de 2020. O ricaço, cujo nome será omitido (apesar dos fatos e dos processos serem públicos) para não atrapalhar encaminhamentos da Justiça, era um dos mais importantes (segundo muita gente, o mais importante) no time de gerentes select da Braiscompany.
Não por acaso, a menos de uma semana da decretação das prisões de Antônio Neto e Fabricia Farias, o colaborador fazia agressiva defesa do casal e da Braiscompany na internet, inclusive ridicularizando e tentando intimidar a imprensa e desqualificando as denúncias em geral.
Curioso, contudo, o que mostra um levantamento exclusivo do Portal Hora Agora: menos de um ano antes de iniciar a carreira na Braiscompany e a rotina de luxo exibido no Instagram e Facebook, o gerente select havia declarado miserabilidade à Justiça da Paraíba para tentar obter gratuidade das custas e taxas em uma ação contra a BBom.
Isso mesmo. Ele se declarou vítima de uma pirâmide financeira. No fim, aceitou um acordo pelo qual recebeu menos de 1/3 do que demandava contra a empresa.
O pedido de gratuidade foi parcialmente atendido pela Justiça, que concedeu desconto de 50% e dividiu o restante em cinco prestações após o empresário apresentar documentos que indicavam um rendimento inferior a R$ 2 mil por mês.
Agora, com o desabamento da Braiscompany, o homem que se declarava pobre à Justiça e depois alardeou muita riqueza passou a se dizer apenas mais uma vítima, assim como as centenas de pessoas que cooptou para o mercado cripto, quando dava repetidas e veementes garantias de ser o melhor e mais seguro negócio do mundo.
Desta vez, porém, tudo indica que o ex-pobre e ex-rico vai figurar no lado oposto dos processos judiciais.