Opinião: "O mal do empréstimo é o bem que ele pode fazer a Campina Grande"


Por Lenildo Ferreira

A oposição em Campina Grande está em campanha. Basta uma busca nas notícias recentes para constatar que, passado apenas um trimestre do meio do mandato dos eleitos em 2020, políticos e entidades aparelhadas ao bloco de oposição estão com todas as energias focadas em outubro de 2024.

A ânsia prematura, que por si mesma representa um desserviço a Campina Grande - que não pode viver em permanente estado de campanha eleitoral - extrapola os limites do aceitável quando deixa de fazer oposição ao atual prefeito para fazer oposição à cidade.

É o que se revela na polêmica artificialmente produzida em volta do empréstimo que a gestão municipal pretende contrair para executar um grande pacote de obras na cidade. A oposição tenta criar um ambiente desfavorável a uma medida necessária e importante.

Afinal, quem em sã consciência pode ser contra a que a cidade busque viabilizar recursos para obras de grande impacto? Não será a primeira nem a última vez que um ente público recorre a esse modo de financiamento. O Governo do Estado, aliás, do qual a oposição é aliada entusiasmada, recentemente fez mais um empréstimo. 

Por que, então, toda essa campanha tão carregada contra a medida? Ora, a razão está no que foi dito logo no início deste artigo: a oposição está em campanha.

Um vereador confessou na semana passada sua preocupação com o eventual impacto eleitoral das obras. Ou seja, o problema do empréstimo é a solução que ele representa para necessidades antigas de Campina Grande. O mal do empréstimo é o bem que ele pode fazer à nossa cidade.

Prefere-se que o povo fique desprovido dos benefícios planejados, somente por receio de que isso possa, eventualmente, ser positivo à imagem do prefeito.

Só que os prefeitos passam. Assim como os opositores passam. E fica a cidade, fica o povo, ficam as demandas. E ficam as obras realizadas. Obras das quais o povo é, no fim das contas, verdadeiro e único benfeitor e beneficiário.

Que a oposição faça seu papel com firmeza, fiscalizando, criticando, cobrando esclarecimentos, sendo antagonista de Bruno Cunha Lima, mas não inimiga dos campinenses. 

Que, após as obras realizadas e prontas, questionem o mérito do gestor e peçam que o povo faça o julgamento. 

Mas não pratiquem o mal de impedir um bem somente para aventurar dividendos em um projeto eleitoral. Que façam dura oposição ao prefeito! 

Mas não façam odiosa e imperdoável oposição a Campina Grande.

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