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| Edição de 29/07/1953 do jornal - Clique para ampliar a imagem |
Lenildo Ferreira - jornalista e advogado (lenildoferreira@gmail.com)
O atentado contra o jovem vereador Félix de Souza Araújo, em 13 de julho de 1953 em Campina Grande, e sua morte duas semanas depois tiveram forte repercussão na imprensa de todo o Brasil. Jornais e revistas de circulação nacional deram destaque ao fato e seus desdobramentos, incluindo a cobertura da agonia da vítima e a controvérsia que marcou e enlutou a cidade.
No entanto, como sempre houve, há e continuará havendo, existem segmentos da imprensa que são extremamente irresponsáveis na apuração e consequente divulgação das informações. E, naquele triste momento histórico da Rainha da Borborema, um periódico do Maranhão estampou notícia sobre a morte do vereador que, se curta e objetiva, foi marcada por erros grosseiros.
Como mostra o fac-símile da página, produto de pesquisas de nossa autoria e com recorte específico da matéria logo abaixo, o jornal apresentou o parlamentar como "coronel Félix Araújo, vereador e abastado fazendeiro" em Campina Grande. Creia-se: Félix, um coronel e abastado fazendeiro!
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Como é de domínio público, a vítima do capanga do prefeito Plínio Lemos, na verdade, era um jovem de 30 anos pobre, de origem humilde, estudante de Direito, jornalista e político desapegado de bens e interesses materiais, que nada deixou de herança financeira para os filhos pequenos e sua viúva, dona Maria.
A pequena notícia, de erros grosseiros, notadamente ainda informa erradamente seus leitores sobre os acontecimentos em geral, dando a entender que o atentado e morte de Félix teria sido um ato de um dia só, quando, conforme sabido e já acimado ponderado, ele lutou durante duas semanas pela vida.
Por sinal, os quatorze dias entre o ataque a Félix Araújo e sua morte serão tema de outro artigo, que incluirá a cobertura da imprensa – esta, felizmente, em geral menos irresponsável que o pequeno jornal maranhense.