Os destinos turísticos, que buscam as melhores estratégias de posicionamento e inteligência de mercado é o melhor cenário para os negócios do turismo.
O planejamento é uma das etapas determinantes para a gestão e o desenvolvimento de um destino turístico, pois requer a análise de todos os cenários - econômico, social, político, cultural, tecnológico, demográfico e ecológico, além do aprimoramento da governança, da experiência, do mercado, da inovação e da sustentabilidade, que são eixos estruturantes de destinos turísticos inteligentes.
O turismo movimenta a economia mundial, pois essa atividade econômica desempenha papel fundamental no desenvolvimento local, em qualquer lugar do mundo. Os gestores, empresários e a comunidade de destinos turísticos, precisam ter compromisso, boas ideias, conhecimento e recursos, para criar produtos com características próprias e com diferencial.
Por isso é tão importante compreender as formas de viajar, as expectativas e motivações dos turistas, conhecer as estratégias de marketing e os produtos turísticos ofertados no mercado. Nenhum destino turístico interessa a todos os turistas, portanto é desperdício de tempo e dinheiro tentar atrair a todos que viajam.
A segmentação do mercado é uma estratégia adequada e essencial, para atrair o turista ou visitante, com características semelhantes. A competição por destinos turísticos segmentados tende a ser cada vez maior, por isso é fundamental se especializar e ser o melhor, na modalidade do turismo que mais caracteriza a vocação do seu destino turístico.
O cicloturismo criativo e a autenticidade do destino turístico são temas atuais da contemporaneidade, ainda pouco consolidados no Brasil. Cada lugar precisa encontrar o seu caminho a partir da sua realidade.
Os turistas que viajam de bicicleta buscam experiências inusitadas e as novas tecnologias permitem a expansão da singularidade criativa. O cicloturismo é uma forma diferenciada que vai se consolidando em vários destinos turísticos, como nova tendência de consumo, atendendo a novos valores e mergulhando fundo em observações, sentimentos e emoções. O desenvolvimento do cicloturismo só é possível através da efetiva e eficaz colaboração entre os atores envolvidos, contribuindo para o aumento da competitividade e o bem-estar dos habitantes e dos visitantes.
Cicloturismo no Brasil, necessita de importantes avanços, dentre eles, conhecer as razões que atraem os turistas ciclistas aos seus locais de visitação ou a forma de influenciar outros turistas para a prática da viagem de bicicleta.
A competitividade é a capacidade de gerar negócios nas atividades econômicas do setor turismo, de forma sustentável, proporcionando ao turista uma experiência positiva (MTUR 2008).
Importante estar ciente de que, somente com planejamento, inovação, criatividade, diferencial, divulgação e qualificação da gestão pública, dos empresários e da comunidade é possível obter resultados positivos e expressivos.
A economia criativa aplicada ao turismo torna-se uma forma de atender melhor às expectativas do atual perfil do consumidor, mais exigente e que busca experiências mais autênticas.
O cicloturismo necessita da criatividade e da sensibilidade, para enxergar a cultura do lugar, fundamentais para o seu posicionamento bem-sucedido na mente dos turistas.
Dados da OMT (2013), de 1 bilhão de turistas internacionais, aproximadamente 10% têm interesses essencialmente culturais. No cicloturismo criativo não é diferente. As motivações culturais compreendem o teatro, os museus, o cinema, as galerias de arte, o artesanato, a gastronomia, o folclore, os artistas locais, o patrimônio material com o seu caráter histórico e simbólico, preservado.
Para exemplificar, é possível hospedar o turista do cicloturismo na casa de um ceramista, de um artista plástico, de um músico, de um ciclista, do município visitado, desde que esse turista tenha afinidades semelhantes, em termos de gostos e valores culturais.
O cicloturismo criativo fundamenta-se na criatividade, na inclusão, na experiência e no desenvolvimento local, capaz de transformar a realidade socialmente excludente, imposta pela padronização da indústria do turismo.
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"Regina Amorim é formada em Economia pela UFPB, Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB - Universidade de Brasília e Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência - Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE. Atualmente é Gestora de Turismo e Economia Criativa do SEBRAE/PB".