Após quase três meses foragidos full time, Antônio Inácio Neto e Fabrícia Farias, sócios-proprietários da Braiscompany, estariam exigindo da Justiça a revogação dos seus mandados de prisão para, só assim, reaparecerem.
Foi o que trouxe de novidade a reportagem da Rede Record exibida neste domingo, ao ouvir o advogado da Braiscompany. Segundo ele, “Antônio Neto e Fabrícia estão aguardando o reconhecimento da ilegalidade da prisão deles para se apresentarem e esclarecerem todos os fatos”.
Enquanto isso, cerca de 3 mil ações se acumulam na Justiça, boa parte sendo frustrada pela impossibilidade óbvia de chamar os principais réus ao processo; enquanto isso, milhares de pessoas lesadas perdem as esperanças de reaver o dinheiro investido, em alguns casos a economia de toda a vida; enquanto isso, familiares e ex-colaboradores ficaram por aqui para enfrentar as consequências da ruína da Braiscompany – enquanto o casal foge.
O advogado de Antônio e Fabrícia faz seu trabalho. Já os dois, em verdade, afrontam a Justiça. Assim como escarnecem da polícia, incapaz de chegar ao seu paradeiro. E repisam a ofensa aos milhares de clientes lesados, principalmente tratando o dano avassalador que causaram como se fosse uma mera questão a esclarecer.
A realidade é que, como as tantas falhas de instituições que permitiram a ascensão da Braiscompany, o sumiço do casal é mais um exemplo da ineficiência do sistema, do Estado, e, agora, do aparato de segurança.
Foragidos, tendo transformado milhares de vidas em somatório de tragédias, a Antônio Neto e Fabrícia Farias não se poderia permitir mais esse luxo: o de desaparecer no mundo, a despeito de um mandado federal, como se fossem inalcançáveis, e ainda impor condições, como se o mundo precisasse continuar se curvando aos seus caprichos.