Muito se falou da problemática da direita aqui na Paraíba, que não soube se articular, que foi desorganizada, que bateu cabeça, que não se uniu e por isso mesmo não logrou êxito nas duas últimas eleições, municipais e estaduais respectivamente.
Muitas são também as prováveis e ou possíveis causas para tanto desarranjo, para tanta falta de bom senso e unidade, apontadas pelos próprios direitistas, por quem está inserido na chamada militância de direita ou mais conhecida hoje, como militância bolsonarista.
Houve muitos desencontros, nas ideias, nos projetos, nas vontades, nos planejamentos, nas leituras, nas interpretações, nos sentimentos, etc...
E a situação hoje não é diferente, talvez seja até mais complicada, mais complexa, talvez tenha uma dose extra de desencontros, consequentemente uma dificuldade maior de alcançar um resultado melhor, mais promissor, mais vitorioso na próxima disputa eleitoral.
Estamos há pouco mais de um ano das eleições municipais e hoje já é grande o número de conflitos internos entre estes que não conseguem uma linha única de trabalho, um consenso, uma articulação equilibrada, uma via que possibilite um resultado positivo, vitorioso no pleito a frente.
Isto reflete na militância, no eleitor que acaba por migrar para uma outra aposta tendo em vista tamanha falta de sensibilidade para uma unidade de pensamento e fins.
É impressionante como os protagonistas da direita paraibana, trabalham para a própria derrota, se auto sabotam, se auto destroem. Foi assim em 2020, foi assim em 2022.
Não desprezando as várias possíveis causas apontadas, há uma que sem dúvida tem sido o grande calo nos pés deste movimento, o ego inflado dos atores principais.
Não adianta olhar muito para o passado, precisamos sempre focar no presente para acertar o futuro, mas, infelizmente o presente nos apresenta um quadro muito parecido com o que já tivemos dias atrás.
Os atores de hoje parecem não se diferenciar em nada dos que já passaram, os egos estão nas alturas, isto é, confiam demais em si mesmos, gostam demasiadamente de si, e se julgam capazes de fazerem tudo eles mesmos sozinhos, o que é pior, desprezando quem está por perto, quem quer e pode ajudar, é um pouco do efeito dunning-kuger (assunto tratado já neste editorial por mim).
Isto está mais do que provado quando vemos o Deputado Federal Cabo Gilberto e o Deputado Estadual Walber Virgolino vislumbrarem a prefeitura da capital, assim como o ex-candidato ao senado Bruno Roberto pretender a prefeitura de Campina Grande nesta próxima corrida.
O ego inflado destes atores, não lhes permitem enxergar o óbvio, não terem estatura, envergadura para os cargos ora desejados.
O ego inflado por exemplo do Cabo Gilberto não lhe permitiu enxergar que tendo a presidência municipal de um partido na mão (PL), seria uma boa oportunidade de promover uma unidade chamando para dentro os demais protagonistas da direita hoje, ao invés disso, se acerca dele mesmo, nomeando sua assessoria para a direção.
Se houvesse humildade, haveria bom senso e este com certeza mostraria a todos um caminho de unidade em torno de quem hoje tem mais chances, maiores probabilidades de disputa e possibilidades de vitória tanto na Capital, quanto em Campina, e isto seria um efeito cascata partindo para os demais municípios do estado.
No entanto, “a soberba precede a queda, e a altivez de espirito a ruina” – Provérbios 16.18.