“Mercado de Trabalho e IA" - Nova coluna de Alexandre Moura no Hora Agora


Por Alexandre MOURA (*)

“Mercado de Trabalho” e IA

Nos últimos quarenta anos, o “segmento industrial” da economia (em nível mundial) foi “impactado e transformado”, pela robótica. Nesse período, houve a diminuição de milhares de postos de trabalho, devido à disseminação da “tecnologia dos robôs”. Muitas indústrias passaram a trabalhar, “no escuro”, com suas linhas de produção “robotizadas”. Dai a frase: “passaram a trabalhar no escuro” (robôs não precisam de “iluminação” para “trabalhar”, como os humanos). Hoje temos fabricas gigantescas com poucos funcionários para, basicamente, fazer o “gerenciamento/manutenção dos robôs”. Em alguns casos, este controle é realizado a distância (remotamente), sem necessidade desses “técnicos/engenheiros” estarem presentes fisicamente, na planta industrial (nesse caso, em parte, graças à tecnologia “5G”). Por outro lado, nessas quatro décadas, os “empregos” nos segmentos do Comércio e dos Serviços, não foram afetados (ou foram muito pouco) pela “tecnologia dos robôs”. Agora, uma nova “onda tecnológica” está começando a impactar esses dois segmentos. Os avanços nas ferramentas de “IA (Inteligência Artificial) Generativas”, como ChatGPT e DALL-E – “indiscutivelmente a tecnologia de avanço mais rápido que os humanos já criaram” - afetarão o futuro do trabalho e a disseminação e gestão das informações, mudando completamente os modelos utilizados atualmente, em todos os segmentos (Comercio e Serviços incluídos) econômicos e sociais. 

“Mercado de Trabalho” e IA (II)

A IA (juntamente com as tecnologias de “Aprendizado de Máquina”/Learning Machine, de Internet 5G e de Big Data) já está revolucionando/transformando a “forma de trabalho” dos segmentos de “Serviços” e do “Comércio”. Desde os Serviços de Saúde e “Jurídicos”, passando pelos Call Centers, Supermercados, Comercio Atacadista, Serviços Financeiros (Bancos, Cartões de Credito, Corretoras, etc) e E-commerce (Comércio Eletrônico), só para citar alguns. No caso dos tradicionais Call Centers já existem “soluções de IA” para complementar os Operadores ou até mesmo substitui-los! Outro exemplo das mudanças em curso, vem da OpenAI, criadora do amplamente popular chatbot ChatGPT. A empresa pretende disponibilizar, segundo informações do Portal de Noticias especializado em tecnologia, “The Information”, um Marketplace para que os “desenvolvedores possam vender seus modelos/soluções de IA construídos com base em sua própria tecnologia”. Segundo a matéria, muitas empresas que estão usando o ChatGPT, “adaptam a tecnologia para usos específicos em seus negócios, que vão desde a identificação de fraudes financeiras a partir de dados de transações online até a resposta as perguntas sobre determinados mercados com base no Big Data existente na empresa”. A ideia da criação deste Marketplace é oferecer essas soluções para outras empresas, em nível mundial. Vale destacar que, a “popularização” da IA “começou” no final do ano passado com o lançamento exatamente do ChatGPT e em pouco mais de seis meses, já temos um gigantesco mercado para essa tecnologia. São milhares de empresas adotando, em nível global, o ChatGPT para automatizar tarefas e aumentar a eficiência e rentabilidade, de seus negócios. Infelizmente, o “custo” em relação ao fechamento de postos de trabalho será alto. Bem alto.

Mais Problemas no Mercado Americano de Criptomoedas

Como escrevi várias vezes neste espaço, 2023 tem sido um ano de grandes “turbulências” no “Mercado de Criptoativos” (como foi, também, 2022), especialmente o de Criptomoedas. A SEC (Securities and Exchange Commission) Agência do Governo “responsável” pela fiscalização do Mercado Financeiro dos Estados Unidos, não tem dado “trégua” as “corretoras” americanas de criptomoedas. Recentemente, a SEC abriu processos, por “violação de regras do mercado”, contra as grandes corretoras Coinbase e Binance, ambas bastante conhecidas aqui no Brasil. À acusação (da SEC) contra a Coinbase é que a empresa “negociou pelo menos 13 criptoativos que são valores mobiliários e que deveriam ter sido registrados junto a SEC, e não foram”. Já contra a Binance (considerada a maior exchange de criptomoedas do mundo) - além de outra investigação que acontece desde o final do ano passado - a SEC abriu um processo por ter a corretora “negociado 12 tipos diferentes de criptomoedas, sem registrá-las como valores mobiliários”. Estes processos “expande o número total de criptomoedas que a SEC identificou, explicitamente, como valores mobiliários”.

Mais Problemas no Mercado Americano de Criptomoedas (II)

Com base nessas recentes ações do órgão regulador dos Estados Unidos, outras empresas médias e grandes, que atuam nesse mercado (como Kraken, Gemini, Crypto.com e Okcoin), “que permitem ou permitiram, aos investidores americanos negociarem esses ativos da mesma forma, podem estar em risco de ação regulatória semelhante”. A imprensa internacional tem divulgado que, “a Coinbase e a Binance tem contestado firmemente, as alegações da SEC e prometem se defender vigorosamente, nos tribunais”. O problema é que as empresas de criptomoedas começaram a operar no mercado em uma “área cinzenta regulatória” e ao longo do tempo a Agência Reguladora, começou a aplicar sua jurisdição e seus regulamentos, nesse segmento. O argumento principal é “que a maioria dos tokens - nesse caso, “as moedas virtuais” (criptomoedas), que assumem a forma de tokens - atende à definição de um valor mobiliário e devem estar sujeitos às mesmas regras rígidas da Agência americana”. Até o momento, são mais de 130 ações judiciais (segundo dados do site da SEC), e o número tende a aumentar nos próximos meses. (Com informações da SEC e da Agência Reuters)

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Engenheiro Eletrônico, Mestre em Engenharia Elétrica, MBAs em  Comércio Eletrônico e Software Business, pela Nova Southeastern University (Estados Unidos), acionista da Light Infocon Tecnologia S/A, Diretor da LightBase Software Público Ltda, Conselheiro-Titular do SEBRAE-PB, Membro do Conselho de Administração do SICOOB-PB, Diretor e Ex-Presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP.


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