Oportunismo: Em Campina Grande, majoritária mesmo é a “bancada do silêncio”


Por Lenildo Ferreira

O cidadão de outras paragens que por acaso passasse a acompanhar o cotidiano da Câmara Municipal de Campina Grande certamente ficaria a imaginar que a Casa conta com um número bem menor de integrantes que os seus atuais 23 vereadores. É que, entre oposição e situação, a bancada majoritária é a do silêncio. E silêncio, nesse caso, rima com oportunismo.

Quando os debates se acirram, quando as posições de cada bloco deveriam ser claras, nota-se que entre o pequeno grupo de vereadores governistas que se pronunciam e entre os parlamentares de oposição que se posicionam, fica sempre (sempre!) um núcleo de ilustres representantes do povo – sempre e sempre os mesmos – que parecem mais defunto em missa de corpo presente: quieto, calado e indiferente.

Maior em número, a base aliada governista sofre mais com o problema e, não por acaso, frequentemente parece ser até menor que a ala de oposição. Boa parte dos mesmos silentes, contudo, não deixa passar uma oportunidade de posar ao lado do prefeito-aliado quando de solenidades de inauguração e lançamento de obras e ações. Nestas horas, e apenas nelas, descobre-se que tais edis sabem até falar.

A bem da verdade, o problema não é de agora e nem vai parar por aqui. A realidade da relação entre o atual prefeito e sua bancada, a despeito das suas peculiaridades, não é muito diferente do que ocorreu em gestões passadas. Mesmo quando a convivência entre os poderes era as melhores possíveis, a tal bancada do silêncio sempre foi majoritária.

E isso diz menos sobre as relações entre os detentores de mandato do executivo e legislativo e mais sobre a qualidade da representação que a gente elege para a Câmara. É só olhar a produção, prestar atenção nas pautas, ouvir as declarações e escutar o silêncio. E o silêncio, ao contrário dos oportunistas, fala.  

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