Antônio Neto pôs R$400 mil em evento de servidores da PF para marketing explorar símbolo da polícia


Ao longo de toda a trajetória de ascensão da Braiscompany, ficou evidente que Antônio Neto usava a imagem de instituições e pessoas com credibilidade perante a sociedade para, com isso, conquistar e consolidar autoridade perante a opinião pública e, assim, captar mais investidores.

Chamou a atenção, por exemplo, quando a empresa patrocinou um singelo evento da Associação Nacional dos Servidores da Polícia Federal (Ansef), aproveitando-se, com destaque, da expressão Polícia Federal e de imagens com a logo da instituição. 

Agora, a denúncia do Ministério Público que tornou Neto, sua esposa Fabrícia e outros onze réus perante a Justiça Federal revela que ele investiu muito dinheiro no tal evento: R$400 mil.

“O desejo do casal de passar credibilidade à Braiscompany era tão voraz que, segundo áudio enviado, em 17/11/22, por uma funcionária a ANTÔNIO NETO, localizado nos arquivos vinculados à sua conta Apple, a empresa pagou, a título de patrocínio do evento acima indicado, R$ 340.000,00 (trezentos e quarenta mil reais)”, diz o documento. 

“Na verdade, os dados bancários da empresa revelam que a cota de patrocínio foi superior a este valor, totalizando R$ 400.000,00”, complementa.

EXPLORAÇÃO DA IMAGEM DA PF

Na sequência, o MPF explica que o dono da Braiscompany pretendia, com o dinheiro torrado, explorar a imagem da instituição. “Igualmente, em outro áudio, datado de 24/11/22, ANTÔNIO NETO orientou expressamente um funcionário a que fizesse postagens referindo-se à ANSEF, mas que explorasse as fotos do evento que contivessem o símbolo da Polícia Federal, sob o argumento de que quem colocou o telão, onde passava o símbolo, foi a associação, não a empresa, logo, ‘acabou o problema’, segundo palavras dele”. 

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