Por Alexandre MOURA (*)
“Sapieduca”
O Projeto “Sapieduca”, da Startup paraibana “Sapientia Soluções Inovadoras para Educação”, foi aprovado na “Plataforma de Inovação para a Indústria” (www.portaldaindustria.com.br/canais/plataforma-inovacao-para-industria), categoria “Tecnologias Educacionais”. A Plataforma financia o “desenvolvimento de produtos, processos ou serviços inovadores, com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade da indústria brasileira”. O SENAI Nacional em parceria com o SENAI/PB está investindo cerca de R$ 1,5 milhão, em projetos de Startups no modelo “Aliança Educacional”, cujo objetivo é “formar alianças entre o SENAI e Startups de Base Tecnológica, para desenvolvimento de tecnologias educacionais relacionadas a Projetos de Pesquisa & Desenvolvimento e Inovação (P&DI), voltados para educação profissional”. O projeto Sapieduca é uma plataforma “gamificada” de “avaliação formativa e projeto de vida”. A ideia surgiu da experiência dos empreendedores, enquanto professores da rede estadual de ensino da Paraíba e estudantes da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande, em resposta aos desafios enfrentados na avaliação individual de mais de 350 alunos e na implementação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), nas Escolas Estaduais. Pensando nessa experiência/necessidade, foi criada a solução “Sapieduca” para desenvolvimento de “novos métodos de ensino que promovessem o desenvolvimento de competências e habilidades”, com aplicação de “IA (Inteligência Artificial) Lúdica” para o Ensino Técnico e Profissionalizante. Vale destacar também que, a Sapientia “participou da 2ª edição do HUBPB – Programa de Pré-Aceleração e Incubação de Startups que proporcionou a conexão com a Plataforma de Inovação para a Indústria”. Mais informações no endereço: https://sapieduca.com.br/estudantes-protagonistas
DREX
Passados alguns dias do anuncio formal do Banco Central do Brasil (BC), do nome oficial do “Real Digital”, podemos comentar/analisar os motivos/impactos da introdução de uma “Moeda Digital Oficial”, no nosso país. Desde o ano passado o BC vem divulgando a intenção e as medidas tomadas/planejadas, sobre a introdução de uma CBDC (Central Bank Digital Currency - Moeda Digital de Banco Central) brasileira. Agora, a “CBDC Nacional”, tem nome: DREX! Onde, segundo o BC, o “D” significa “Digital”; o “R” vem de “Real”; a letra “E” significa “Eletrônica” e a letra “X” representa “Modernidade, Conectividade e faz referencia também, ao Pix”. Inclusive, podemos até dizer, que a introdução do Pix no final de 2020, foi um passo importante, para “desaguar” no próximo ano (ou em 2025) com o pleno funcionamento do DREX. A data vai depender do andamento do projeto que vem sendo “implantado/testado” pelo BC, com apoio de algumas instituições financeiras, dentre elas o SICOOB. A atual fase de testes, “com simulação de usuários”, deve ir até o final do mês de março do ano que vem, e engloba a “emissão, negociação, transferência e resgate” de ativos com o DREX. Nesses testes, estão sendo utilizados “três tipos de ativos”. O “DREX Digital” para uso no “atacado ou interbancário”, semelhante às atuais “reservas bancárias ou contas de liquidação”; O “DREX Tokenizado” (“Tokenizar” significa “transformar um ativo qualquer em uma representação digital, ou seja, o ativo só existe no meio eletrônico, semelhante às criptomoedas”), usado nos depósitos bancários (“versão digital” do dinheiro que as pessoas têm depositado nos bancos) e por fim, o “DREX Títulos do Tesouro Direto”, que possibilita a compra e venda de TPFs (Títulos Públicos Federais).
DREX (II)
Um dos motivos, para muitas nações (no momento são cerca de 90) estarem avaliando a utilização de uma CBDC, é o crescente “custo” de manter papel moeda em suas economias. O “investimento” na produção/manutenção de dinheiro (de papel e/ou metal) só faz crescer devido à necessidade de ter nas cédulas, “vários dispositivos de segurança” para minimizar os riscos de falsificação (a exemplo de nossa nota de R$ 200,00, que tem dezenas de “proteções” que custam caro). A China e a Índia, dentre outros, já estão caminhando nessa direção há mais tempo. Essa certamente é uma tendência inexorável, em uma economia mundial cada dia mais “digitalizada”. Com relação ao “funcionamento” do DREX, os diretores do BC têm dito que ele “será o Pix dos serviços financeiros, pois permitirá transferência instantânea de ativos financeiros, em um ambiente digital, seguro e regulamentado”. Vale destacar, que o DREX é só uma forma de “representação do Real (em papel), como conhecemos hoje, tendo exatamente o mesmo valor”. É inegável que o DREX trás muitos benefícios isso é obvio, entretanto, temos que olhar também, para outras variáveis e “preocupações”.
DREX (III)
A primeira preocupação importante é em relação a “Segurança Cibernética” do “Real Digital” que certamente, será alvo dos “criminosos digitais” que “infestam a Internet” (o Pix já “sofre” com esses ataques). Faz-se necessário, investimentos constantes e vultosos, na proteção cibernética do DREX, - tanto em equipamentos (incluindo principalmente, em programas de computador) quando em RH (Recursos Humanos) - no BC e em todo sistema financeiro brasileiro (que por sinal, já investe muito e de forma crescente, nessa área). Outra variável tem relação direta com os bancos. Com uma “Moeda 100% Digital”, em tese, os bancos vão deixar de “intermediar” algumas operações tradicionais, como transferir “recursos financeiros” entre empresas e pessoas (e vice-versa). Um dos exemplos mais debatidos é o caso no qual o “governo poderá enviar dinheiro (DREX) diretamente para o cidadão, sem necessidade de um banco”. Da mesma forma, as empresas poderão “transacionar” sem a necessidade de intermediador financeiro. Além disso, (evidentemente existem muitas outras variáveis) tem as questões jurídico-operacionais. Por exemplo, esses procedimentos vão ter regulamentação/normatização já no lançamento do DREX? A legislação atual (que regula o sistema financeiro) terá que ser revista/atualizada para refletir esse “novo tempo”? Haverá um período de transição entre o “modelo atual” (com papel moeda) e a implantação do DREX? São muitas questões para serem endereçadas/discutidas nos próximos meses. Pelo que estamos vendo, o “futuro” está mais perto do que podemos imaginar. (Com informações do Banco Central e do Portal Infomoney).
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Engenheiro Eletrônico, Mestre em Engenharia Elétrica, MBAs em Comércio Eletrônico e Software Business, pela Nova Southeastern University (Estados Unidos), acionista da Light Infocon Tecnologia S/A, Diretor da LightBase Software Público Ltda, Conselheiro-Titular do SEBRAE-PB, Membro do Conselho de Administração do SICOOB-PB, Diretor e Ex-Presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP.