A economia criativa é uma força impulsionadora do desenvolvimento sustentável dos destinos turísticos. Os negócios criativos e colaborativos utilizam cada vez mais a cultura, a criatividade, as tecnologias e o conhecimento, para gerar valor econômico a produtos e serviços, inovar e melhorar a sua competitividade no mercado.
As cidades criativas e inteligentes priorizam a criatividade, a sustentabilidade e a inovação para fomentar o turismo e os eventos, gerando bem-estar e qualidade de vida aos seus habitantes e aos visitantes.
A aplicação de tecnologias possibilita um ambiente mais conectado e eficiente para a comunidade e para os turistas, seja na eficiência da mobilidade urbana e da iluminação pública, no tratamento de água, no transporte e no lazer. Também na economia circular do lixo, onde a separação dos resíduos para reciclagem tem um impacto direto na descarbonização e redução das alterações climáticas.
Preparar o futuro das cidades é priorizar o futuro dos eventos e do turismo, que é o futuro de todas as organizações que priorizam as boas práticas de ESG, com foco na governança, na sustentabilidade e na justiça social, requisitos obrigatórios para o mercado corporativo.
Os eventos e o turismo serão bem-sucedidos até 2030 se tivermos a competência de identificar os desafios atuais e futuros do setor e transformá-los em oportunidades inovadoras, sustentáveis e competitivas, para atender novas demandas de um público cada vez mais exigente, conectado e bem-informado.
Refletir sobre o futuro do turismo e dos eventos é dar importância ao capital humano, cuidando da saúde física e mental das pessoas, sejam elas os moradores e os que visitam os destinos turísticos. Não há futuro sem as novas tecnologias e a inteligência de dados, que impactam diretamente na sustentabilidade dos negócios e na nossa vida pessoal e profissional.
O futuro do turismo será mais competitivo se tiver focado na economia criativa, que proporciona as melhores experiências, ricas e inusitadas, que se adequam ao perfil do viajante do futuro, aquele que busca a preservação cultural e ambiental, a singularidade dos destinos turísticos, com seu artesanato, sua gastronomia, a musicalidade, os artistas com seus saberes e o pertencimento das comunidades.
Levantamento do ONI (2022) – Observatório Nacional da Indústria, núcleo de análise de dados da CNI – Confederação Nacional da Indústria, a economia criativa emprega 7,4 milhões de trabalhadores no Brasil e esse número pode subir para 8,4 milhões em 2030, ou seja, um milhão de novos empregos.
As novas tecnologias exigem empresas ágeis e profissionais adaptados e qualificados para o processamento de dados e a utilização da inteligência artificial em larga escala.
É fundamental ter consciência de que a inovação depende da cultura organizacional, que incentiva os colaboradores a sair de suas zonas de conforto, estimula a cultura da experimentação, para entregar mais valor ao cliente e reduzir custos de operações.
A transformação digital é um processo contínuo, presente em todos os negócios que desejam ser relevantes na sociedade atual. Começa a partir de uma mudança de modelo mental mais aberto à experimentação de novas tecnologias, sempre imaginando formas para atender às necessidades dos consumidores.
Ter canais abertos de comunicação com o consumidor significa para as empresas, ampliar a sua capacidade de antecipar-se às mudanças e às novas demandas do mercado.
Imagina que uma rede de hotéis em parceria com uma empresa de tecnologia, pode desenvolver um aplicativo acessível para hóspedes, que no mesmo período, podem se conectar e identificar interesses em comum, da viagem e da hospedagem, gerar uma experiência compartilhada que pode reduzir custos de passeios e render boas amizades.
A inovação e as novas tecnologias impactam na sustentabilidade dos eventos e das empresas do turismo. Quando aplicada às operações do negócio, reduz custos, aumenta a eficiência, a qualidade e a agilidade. Quando aplicada às ofertas, proporciona novas experiências aos clientes. Quando atende ao desenvolvimento de novos modelos de negócios, tornam a concorrência irrelevante e passam a ser um desafio para os concorrentes.
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"Regina Amorim é formada em Economia pela UFPB, Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB - Universidade de Brasília e Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência - Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE. Atualmente é Gestora de Turismo e Economia Criativa do SEBRAE/PB".