Autor da Lei nº 11657/2020, que obriga condomínios de todo o estado da Paraíba a comunicarem à polícia casos de violência doméstica, o deputado estadual Adriano Galdino fez um pronunciamento com trechos controversos nesta quarta-feira, 13, durante a sessão da Assembleia Legislativa, ao comentar a repercussão do caso do médico flagrado agredindo a então esposa dentro de um elevador, em João Pessoa.
Adriano registrou que, no episódio, o condomínio onde a violência ocorreu cumpriu a lei e acionou a Polícia Civil, que, no entanto, resolveu não instaurar inquérito porque a vítima não quis formalizar a denúncia ao agressor.
No entanto, ao falar do caso, o presidente da Assembleia Legislativa criticou a repercussão dada pela imprensa à agressão. “Vocês estão acompanhando aquele caso que, ao meu ver, teve uma repercussão desproporcional?”, questionou Adriano se dirigindo aos seus pares.
Em seguida, ele comparou o episódio ao assassinato de uma mulher no Sertão. “Porque teve um caso mais grave ainda em São Bento, onde uma jovem foi assassinada com dois tiros, uma jovem mãe, com um casal de filhos, e não teve a repercussão grande como essa agressão que o médico patrocinou”, disse Adriano.
“Mas, a mídia gostou, né? Talvez pelo fato dele ser médico, e a coisa tomou uma repercussão muito grande. Lá em São Bento, a cidadã foi assassinada e não teve tanta repercussão. Infelizmente, não teve tanta repercussão de mídia”, complementou o presidente da Assembleia Legislativa.
MUDANÇA DA LEI
Após o comentário, Adriano pôs em votação um projeto de sua autoria que acrescenta um dispositivo à lei que obriga os condomínios a comunicarem casos de violência doméstica à polícia.
Aprovado em regime de urgência, a proposta estabelece a fixação de placas e cartazes em local visível e de fácil acesso, no portão de entrada e nas áreas comuns dos condomínios, sobre a obrigatoriedade de comunicação desse tipo de caso. A matéria agora seguirá para sanção do governador.
Veja o momento da fala de Adriano, clicando AQUI.