Por Alexandre MOURA (*)
“Plataforma de Cooperação Internacional”
A “Rede Europeia de Centros e Hubs de Pesquisa e Inovação na América Latina e no Caribe” (ENRICH in LAC, na sigla em inglês), tem como um dos seus objetivos, “facilitar o acesso entre a Europa e América Latina e Caribe”, ajudando os empresários interessados em fazer negócios ou fazer conexões (networking) com os empreendedores destas áreas. A ENRICH promove apresentações entre possíveis parceiros de negócios, ajuda na organização de reuniões e fornece consultorias que promovem a colaboração entre os países. Para operacionalizar essas ações, existe uma “Plataforma Online de Matchmaking” que permite contatos diretos virtuais e iniciação de negócios entre Startups, empresas, hubs e outras organizações da América Latina e Caribe, com a Europa, a qualquer hora. O funcionamento da Plataforma é bem simples e intuitiva. A empresa interessada em participar faz seu cadastro, descrevendo que tipo de tecnologia/produto/serviço está oferecendo, tipo de cooperação buscada e quais negócios/ações quer discutir com potenciais parceiros de colaboração. A empresa depois de cadastrada pode também, acessar os canais "Participantes" e "Mercado" para buscar oportunidades de negócios de forma direta. A Plataforma é uma excelente ferramenta de divulgação das empresas brasileiras e de seus produtos/serviços no exterior. Mais informações no Link: https://europe-lac.b2match.io/
“QR Code”
Ainda sobre cooperação e negócios internacionais, cinco dos países que formam a ASEAN (The Association of Southeast Asian Nations - Associação das Nações do Sudeste Asiático) criada em 1967 e atualmente formada por “Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e Vietnã", assinaram (através de seus Bancos Centrais) “um Memorando de Entendimento sobre pagamentos transfronteiriços entre si, utilizando a conhecida tecnologia do “QR Code”, com o objetivo de facilitar/incentivar a operação das MPEs (Micro e Pequenas Empresas) sediadas em seus territórios e acelerar a integração econômica entre eles”. A ideia é “que os bancos integrem os códigos QR para transações práticas, simples e seguras, garantindo eficiência, transparência e rapidez, nos negócios entre as empresas dos países signatários”. Inicialmente disponível entre a Tailândia e a Indonésia, a ideia é que outros três membros (Cingapura, Malásia e Filipinas) comecem a operar da mesma forma, nos próximos meses. Já nessa linha, os “Bancos Centrais da Indonésia e de Cingapura, estão testando o sistema”. Tudo dando certo, até o final deste ano, os bancos dos cinco países vão estar integrados e operando a solução.
Legislação sobre IA
A preocupação em nível mundial, pela rápida disseminação de tecnologias associadas a IA (Inteligência Artificial) e suas implicações (tanto para o bem quanto para o mal), tem levado os governos de vários países a “trabalharem” na formatação de um “acordo geral para uma legislação internacional voltada para a regulamentação do uso de IA”. O acordo não é simples e muito menos fácil, de ser alcançado. Diplomatas e outros funcionários dos governos de vários países estão estudando, em conjunto com especialistas em tecnologia, a “construção” de uma legislação que ao mesmo tempo consiga regulamentar o uso de IA na sociedade e que não iniba (ou pior, impeça) a inovação tecnológica nessa área e suas aplicações na economia e nas mais diversas atividades humanas. Sobre esse assunto, a “Agência Reuters”, recentemente, divulgou uma matéria cobrindo alguns países e os estágios em se encontram, com relação legislação local e possíveis implicações internacionais. Vou destacar quatro deles (Reino Unido, China, Israel e Japão) que acredito, “espelham” o que vem acontecendo pelo mundo, com relação a regulamentação (ou tentativas) do uso de IA.
Legislação sobre IA (II)
No Reino Unido (que compreende a Escócia, a Inglaterra, a Irlanda do Norte e o País de Gales) a FCA - Financial Conduct Authority (“Autoridade de Conduta Financeira”) que é o órgão regulador financeiro local vem trabalhando com o “Instituto Alan Turing” (Instituto Nacional de Ciência de Dados e IA) e outras instituições jurídicas e acadêmicas, para melhorar sua compreensão da tecnologia e assim propor uma legislação adequada, analisando “o impacto da IA nos consumidores, nas empresas (especialmente nas financeiras) e na economia de uma forma geral”; A China, “emitiu um conjunto de medidas temporárias no mês de julho passado, para gerenciar a indústria de IA generativa, exigindo que os provedores de serviços conduzam avaliações de segurança e executem procedimentos de arquivamento dos algoritmos utilizados”; O governo de Israel, segundo informações “da Autoridade de Inovação de Israel”, vem “trabalhando nos últimos 18 meses, em regulamentos para uso de IA, visando alcançar o equilíbrio entre inovação e preservação dos direitos humanos e salvaguardas econômicas”, tendo publicado um documento de 115 páginas, contendo a proposta de uma “Politica Oficial de IA”, para debate publico; Já o Japão “espera introduzir até o final deste ano, regulamentos menos rigorosos que os planejados por países da União Europeia, esperando com isso, que a tecnologia de IA impulsione o crescimento econômico japonês e torne o país líder em chips avançados para esse mercado”. Pelas ações, listadas acima destes quatro países, são muitos “interesses” em jogo!
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Engenheiro Eletrônico, Mestre em Engenharia Elétrica, MBAs em Comércio Eletrônico e Software Business, pela Nova Southeastern University (Estados Unidos), acionista da Light Infocon Tecnologia S/A, Diretor da LightBase Software Público Ltda, Conselheiro-Titular do SEBRAE-PB, Membro do Conselho de Administração do SICOOB-PB, Diretor e Ex-Presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP.