Sinduscon-PB explica diferença de desempenho do setor entre Campina Grande e João Pessoa no Caged


Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na semana passada causaram preocupação em Campina Grande por conta do desempenho da cidade na geração de empregos, que vai na contramão do país, da Paraíba e de João Pessoa, apresentando saldo negativo.

Conforme os números, o único setor que não ficou no vermelho em Campina foi o da construção, com 311 admissões e 288 desligamentos, um saldo de 23 empregos gerados. Desempenho muito tímido quando comparado com a capital, que registrou 1.592 admissões e 1.295 desligamentos, ou seja, saldo de 297 vagas.

Ainda assim, os números do setor em Campina não refletem a realidade, porque, conforme já explicou o presidente do Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário do Estado da Paraíba (Sinduscon-PB), Helder Campos, parte desse resultado deve-se ao fato de empresas campinenses que estão na capital do estado contabilizarem os empregos gerados lá para a sede do empreendimento.

CUSTO DA OPERAÇÃO MAIS ALTO

Além dos fatores de mercado, o presidente do Sinduscon-PB relata que o custo da operação em Campina Grande, sobretudo resultante da falta de estímulo e taxação pelo poder público municipal muito mais elevada que em João Pessoa, também afeta o resultado. 

“Existe a falta de estímulo da gestão municipal, com a cobrança de altas taxas de licenciamento de obras e de Habite-se, ocasionando a fuga de investimentos, o que, por consequência, provoca a falta de demanda de novas obras em Campina e, infelizmente, afeta a geração de empregos”, lamenta Helder Campos.

MERCADO EM ALTA X MERCADO ESTAGNADO

Helder também pondera que os dois mercados vivem momentos muito distintos. “No caso de Campina, em regra, só se comercializa um imóvel para o morador local, que precisa estar muito bem consolidado economicamente para assumir um compromisso de elevado valor agregado, que muitas vezes é feito através de um financiamento bancário”, analisa. 

“Outro nicho de mercado, que são os clientes investidores, no momento está direcionando seus recursos para outros investimentos, até por falta de opção em nossa cidade”, acrescenta. 

“Já em João Pessoa, o setor tem o perfil de clientes com o desejo de comprar seu segundo imóvel para fins de férias e veraneio, por exemplo. Você tem o cliente de todo o estado da Paraíba, mas também de diversos locais do país e até de outros países fazendo esse tipo de investimento na capital”, detalha Helder.

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