A curiosa despedida apoteótica de Pedro: A volta dos que não foram - Por Lenildo Ferreira


Por Lenildo Ferreira

Já faz tempo que a família Cunha Lima perdeu completamente o tino da leitura do cenário político e do eleitor da Paraíba.

Cássio, que ganhou de Ronaldo um mandato de prefeito quando ainda muito jovem, mas tinha luz e talento próprios, sofreu duas derrotas consecutivas, porém alguns poucos cassistas ainda sobreviventes preferem culpar terceiros pelo revés.

Bruno, que ganhou de Romero o mandato de prefeito e angustiadamente tenta superar seu antecessor, briga com a realidade mais óbvia das ruas todos os dias e insiste em falar do seu governo como se ainda fosse tomar posse.

E Pedro, por sua vez, ganhou de Cássio duas vezes o mandato de deputado federal e fez carreira criticando a plenos pulmões a velha política mesmo sendo eleito apenas pela velhíssima política do sobrenome - coisa que é como dizer "dessa água não beberei" com um copo cheio na mão, uma rapadura na outra e encostado no pote. 

Pedro, que hoje deixou a presidência estadual do PSDB em evento com ares de consagração a um grande líder. Líder que nunca foi.

Pior, Pedro e os seus insistem em querer crer que os votos que tiveram contra João Azevedo em 2022 formam um cabedal político do ex-deputado.

Isso, todavia, embora sabendo Pedro e todos à sua volta que nem deputado federal novamente ele se reelegeria. 

Negam-se a ver que a massa dos votos dados a Pedro foi resultante da rejeição muito forte a João.

E que Pedro, na verdade, muito mais atrapalhou e eliminou quaisquer chances de vencer o governador.

Aliás, um candidato que pretendia governar um estado e, no entanto, dependeu umbilicalmente de Cássio como articulador de cada movimento simples da campanha.

Agora, Pedro sai deixando um PSDB destroçado, fragilizado, que sequer teve uma simples nominata na eleição de 2020 em Campina Grande e que deve a proporcional de 2022 aos próprios candidatos.

Mas sai fazendo discurso de tucano bicudo. Embora saia para que o PSDB tente reviver.

Pedro anuncia licença das lides eleitorais quando, em verdade, entra em licença forçada pelo elemento que mais aposenta políticos: falta de voto.

Todavia, assim, como na brincadeira popular da tal “volta dos que não foram”, sai declamando uma estatura política que, pessoalmente, nunca teve.

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