Por Lenildo Ferreira
De início, aquele alerta essencial: nada aqui é uma crítica às pessoas que fazem a comunicação institucional da prefeitura, que apenas cumprem ordens e lutam pelo pão na mesa em tempos difíceis e inglórios. Aliás, ainda sendo injustiçadas pela gestão, que coloca na conta da comunicação institucional a péssima avaliação do governo.
Dito isso, é notável que o tom de exaltação extremada ao prefeito tornou-se regra na comunicação da prefeitura. No release sobre o aniversário da Casa do Empreendedor, o incenso já queima no título: “Casa do Empreendedor de Campina Grande comemora três anos e alcança resultados notáveis sob a liderança do Prefeito Bruno”.
No corpo do texto, vem a afirmação de fazer rir ou chorar qualquer empreendedor da cidade. “Na próxima sexta-feira, 27, a Casa do Empreendedor de Campina Grande celebra seu terceiro aniversário, e é um marco impressionante para a cidade, GRAÇAS AO ESPÍRITO EMPREENDEDOR DO PREFEITO Bruno Cunha Lima”.
Espírito empreendedor? Ora! Não é preciso incorrer em maiores digressões sobre algo tão irreal e surreal.
De longe, o governo de Bruno é o que mais dificultou a vida de quem tem um CNPJ, resultando, inclusive e não por acaso, no pior desempenho entre os principais municípios da Paraíba na geração de empregos. É uma gestão que pouco ajuda e muito atrapalha.
E não será com títulos elogiosos, exaltações engrandecedoras a Bruno ou aplausos de auxiliares em redes sociais que o prefeito vai conseguir reverter essa imagem irreversível junto aos campinenses que realmente têm espírito empreendedor.
Espíritos que, na atual gestão municipal, vivem num verdadeiro purgatório de burocracia infinita, exigências sem sentido e custos sem limite.
AUSÊNCIA NOTÁVEL
No mesmo release em que o prefeito foi tão elogiado e cujo texto fez menção genérica aos de servidores da Agência Municipal de Desenvolvimento, um nome foi esquecido: Alana Carvalho, que esteve à frente da Amde até o fim de setembro.
Terá sido apenas um lapso? Ou Alana, até agora preterida, foi inscrita no index do executivo pós-MDB (assunto para depois)? Ou, ainda, a ausência de menção teria sido apenas para não repartir os ditos méritos empreendedores de Bruno?
Seja como for, o empreendimento de tentar construir uma Campina Grande paralela, num mundo próprio e que nega a realidade, esse, sim, segue a todo vapor. Será esse o tal espírito empreendedor?