Uma foto publicada pelo deputado federal Romero Rodrigues em sua rede social na noite desta terça-feira, 17, ao lado do prefeito Bruno Cunha Lima causou quase um alvoroço na sempre efervescente política da Rainha da Borborema.
A imagem, na verdade um registro postado por Romero em um conjunto de seis fotos publicadas no que se chama de “carrossel” do Instagram, tem como informação e legenda uma série de encontros, incluindo no meio de todos aquele com Bruno.
De um encontro natural a dois detentores de mandato, que um dia até foram aliados, o esforço dado em certas repercussões para fazer parecer mais do que certamente foi é revelador.
O retrato que a publicação apresenta, porém, é outro. E o filme (para usar recente expressão de Pedro Cunha Lima), é “mais outro” ainda.
Depois de quase exatos três anos desde a eleição municipal, Bruno volta a buscar contato com Romero, de quem simplesmente ganhou o mandato de prefeito – como sabem até os recém-nascidos do ISEA.
Quando falta menos de um ano para a próxima eleição, Bruno acerta a porta do gabinete do antecessor a cujas obras não deu andamento, a cujos adversários se uniu, de quem solenemente dispensou presença, conselho e opinião desde a vitória em 2020.
A nítida ansiedade de certos núcleos em reação à fotografia, na expectativa da recomposição de uma aliança que o próprio Bruno evidentemente já rompeu, retrata o frisson dos que sabem que a decisão de Romero pesa tanto hoje para o destino do atual gestor quanto três anos atrás.
A crise bateu na porta, fazendo o governo que sozinho a criou impor um dos mais melancólicos e obscuros instantes de toda a História recente de Campina Grande.
Na crise, é hora de lembrar-se de Romero – assim como de outros personagens e setores esquecidos. Lembrar-se, aliás, do mesmo Romero que ano passado viu candidaturas brotando para repartir parcelas dos seus votos.
Do mesmo Romero, tão exaltado na campanha de 2020, tão desnecessário após o resultado das urnas.
A foto diz pouco; o retrato que ela representa, no entanto, mostra muito.