"A criatividade possibilita a geração de riqueza a partir de ideias transformadoras" - Regina Amorim


A criatividade é um processo que possibilita a geração de riqueza a partir de ideias transformadoras. Os negócios da economia criativa são atividades que se agrupam em setores, desde as artes, a gastronomia, a ciência e a tecnologia, a publicidade, a comunicação, arquitetura, moda, design e artesanato, literatura, turismo, música e cinema.

Em paralelo ao entendimento de negócios criativos, podemos denominar de classes criativas os grupos de profissionais artísticos e científicos, que utilizam a criatividade e o simbólico, como principal ativo da produção.

A economia criativa considera a criatividade e a sustentabilidade como elementos inseparáveis e funcionais das atividades desenvolvidas pelas empresas de setores criativos.

O conceito de economia criativa adotado no contexto da Conferência das Nações Unidas, em 2010, é entendido como “qualquer atividade econômica que produza produtos simbólicos, intensamente dependentes de propriedade intelectual, visando o maior mercado possível”.

Inovação e sustentabilidade são grandezas estratégicas da economia criativa, que contribuem para a geração de riqueza e a preservação de atividades socioambientais.

Para a UNESCO, toda criação tem suas origens nas tradições culturais. A diversidade cultural é defendida como fator de desenvolvimento. É comprovada como patrimônio comum da humanidade que ocupa lugar de destaque no papel do Estado em protegê-la. 

UNESCO (2002) ainda reconhece que “fonte de inovação, criatividade e diversidade cultural é para o gênero humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza”.

Essa é a principal razão pela qual os patrimônios histórico, cultural e ambiental, devem ser preservados, valorizados e transmitidos para as gerações futuras, contribuindo para a criatividade com a diversidade cultural e o diálogo entre as culturas.

Um dos setores entendidos pela UNESCO, relacionados à indústria cultural criativa é o turismo e seus serviços, no qual as dimensões da sustentabilidade devem estar integradas durante toda a experiência do turista. A sustentabilidade e a cultura são um dos principais diferenciais de competitividade, em qualquer lugar do mundo.

O Brasil é o principal destino turístico de aventura do mundo, segundo dados do US News, 2023. Entre 85 Nações, nosso País se destaca como primeiro e melhor em ecoturismo. 

Cultura, patrimônio e natureza preservados são ativos que mais impactam sobre a percepção de um lugar e a marca de um destino turístico. Por isso que precisamos dar mais atenção aos negócios criativos, pois eles desempenham um papel cada vez maior, nas economias locais e no desenvolvimento social dos territórios criativos.

Cada território tem sua identidade, seus valores e suas manifestações culturais, que devem fazer parte das estratégias, para implantação de um novo modelo econômico, social e político, para a distribuição de bens e serviços criativos. 

O economista e ex-ministro da cultura do Brasil, Celso Furtado, nas décadas de 1970/1980, já defendia uma política de desenvolvimento a ser posta a serviço do enriquecimento cultural e da liberação de atividades criativas sem barreiras para a inovação. A obra de Celso Furtado tem papel estratégico no conhecimento de uma economia criativa adequada à autenticidade brasileira.

A diversidade de ações que integram os setores criativos à estratégia de desenvolvimento endógeno, difundida pelos municípios brasileiros, abre espaço para novas discussões sobre a economia criativa, a partir de iniciativas locais, de base comunitária. A criatividade que surge a partir das identidades locais, fortalece a ideia de que a economia criativa deve ser entendida com mais força, como aquela incorporada de simbologia e diversidade cultural.

Estudos apontam que a economia criativa brasileira precisa focar no capital social e cultural, no conhecimento tradicional local, como insumo estratégico da diversidade cultural.

O desenvolvimento da economia criativa que interage com a capacidade criadora, pode influenciar a elaboração de políticas públicas que atendam à realidade local, por meio de um processo de aceleração de forças sociais, de capacidade associativa e do exercício da criatividade e da inventividade.



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