Por Lenildo Ferreira
É impressionante imaginar que alguém, passando pelas terras áridas cobertas da vegetação seca típica do semiárido nordestino, pudesse enxergar naquele meio do nada um bairro enorme, a maior obra da História de Campina Grande, um conjunto imenso com mais de quatro mil moradias para dar um teto e um lar a gente humilde.
Romero Rodrigues, prefeito no comecinho do mandato, matuto de Galante, origem humilde, figura simples, sem ser um tribuno de oratória larga e nem tampouco um intelectual declamador de versos, foi visionário como nem um outro; sem viver usando o nome de Deus, agiu como um cristão preocupado de verdade com seu semelhante.
Agrônomo por formação, Romero teve o atrevimento de limpar o mato, arar a terra e plantar a semente que fez nascer o bairro-cidade, destaque nacional, feito sem precedentes em Campina Grande. Parecia impossível. Parecia infindável. Aquilo era algo que para um administrador incompetente, nem mesmo penhorando a cidade, poderia ser uma ação exequível.
Palmo a palmo, pedra a pedra, casa a casa, porém, o feito se fez. Um bairro colossal, com ruas pavimentadas, com escolas, com um projeto robusto para ser um conjunto multimodal cercado de empresas e empregos para o povo - etapa que foi tristemente interrompida após o fim do governo Romero, mas que pode e deve ser retomada.
Hoje, o próprio Romero relembrou os quatro anos da entrega do Aluízio Campos. O sonho que ele primeiro sonhou sozinho e que, convertido em feito e realidade, realizaria o sonho de tanta gente simples, mais de quatro mil famílias com casa, com endereço, com um lar, com a dignidade humana que merecem ter os filhos de Deus.
Cidade que transforma é aquela que prioriza as pessoas. Governo que faz é governo que faz o bem. O melhor governante é aquele que não está preocupado em ser o melhor, mas em ser verdadeiramente humano.
Pode estar aí o segredo de Romero Rodrigues para ter enxergado naquele meio do nada o que ninguém via: olhou com o coração.