Caged: Sinduscon-PB analisa desempenho de Campina, vê cenário “perverso” e migração de empresas


Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho referentes a setembro apontam que a construção civil gerou um saldo positivo de apenas quinze empregos em Campina Grande no período. Ao todo, foram registradas 358 contratações e 343 demissões no consolidado do mês na construção civil.

Um desempenho que o Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário do Estado da Paraíba (Sinduscon-PB) vê com preocupação, conforme alerta o presidente Hélder Campos, sobretudo porque, como ele destaca, a construção civil é um verdadeiro termômetro do ambiente da economia e reflete o desenvolvimento de uma cidade.

“É um reflexo dos gargalos que o setor enfrenta em nossa cidade. Além disso, os dados ainda são de certa forma distorcidos, porque o Caged contabiliza os empregos gerados para a sede das empresas e, com isso, tendo em vista que algumas das empresas que são de Campina estão atuando em Cabedelo, na verdade estes postos sequer foram gerados aqui”, explica ele.  

CENÁRIO QUE PREOCUPA

Segundo Helder, atualmente, apenas sete empreendimentos acima de quatro pavimentos estão sendo construídos em Campina Grande, três no Catolé, dois no Mirante, um na Prata e um no Jardim Tavares. Os demais são casas em condomínios, habitações de interesse social e prédios de porte baixo, os chamados “térreo mais três”.  

“Temos um tímido desenvolvimento nesse setor em nossa cidade e não estamos gerando empregos. Cajazeiras gerou em setembro 184 postos e Patos, 156. Campina gerou apenas 15. Tem algo errado? Claro que tem”, admite Helder, que explica parte de cenário fazendo um comparativo. 

“Da nossa base sindical, oito empresas já desmobilizaram sua estrutura para a capital do estado. Isso porque o mercado de João Pessoa está aquecido, enquanto Campina, por outro lado, tem uma perversa tributação sobre o setor, no que se refere, por exemplo, à licença de construção, ao Habite-se, à licença ambiental do Município e ao IPTU, formando um cenário desestimulante e tóxico”, lamentou o presidente do Sinduscon-PB.

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