Por Alexandre MOURA (*)
“Eureka”
Uma ótima oportunidade para Startups brasileiras obterem “recursos externos”, para desenvolvimento de seus projetos e negócios, já está disponível. O “Programa Europeu Eureka” tem uma chamada internacional de projetos, em andamento. O “Eureka” propicia parcerias, entre países europeus e organizações/empresas brasileiras (e de outros países latino-americanos) de base tecnológica. Criado em 1985, através de um acordo entre 18 países e a Comissão Europeia “com o objetivo de promover a competitividade e a integração do mercado e para incentivar a cooperação internacional, inicialmente em I&D (Inovação & Desenvolvimento)”, o programa nos últimos anos, recebeu “ajustes” na metodologia e objetivo. Recentemente, foi incluída também, a possibilidade de apoiar P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), comercialização de produtos e serviços de tecnologia. Além de incentivar as empresas a formarem consórcios com grandes empresas, o programa permite que às PMEs (Pequenas e Médias Empresas), tenham acesso facilitado aos editais, juntamente com centros de pesquisa e universidades.
“Eureka” (II)
Desde seu inicio, o “Eureka” viabilizou mais de 7.500 projetos, com alta taxa de sucesso nas parcerias apoiadas. Participar desse programa europeu propicia também, as Startups “visibilidade” para investidores privados (locais e internacionais), que reconhecem o valor das empresas que participam da seleção. A chamada atual, conta com o apoio dos organismos nacionais de financiamento do Brasil (a exemplo da FINEP), de Portugal, da Espanha, da Bélgica, da República Checa, da Holanda e da Turquia. Podem ser submetidos projetos em todas as áreas temáticas ou domínios de aplicação, desde que direcionados à pesquisa e/ou desenvolvimento, de um produto, processo ou serviço inovador, com objetivo de comercialização. Na formação do “Consórcio” deve ser observada a inclusão de pelo menos, duas empresas mutuamente independentes, uma do Brasil e outra de qualquer país europeu participante da presente chamada.
“Eureka” (III)
A data limite para submissão dos projetos é 2 de abril de 2024. A proposta deve representar, claramente, uma cooperação internacional na forma de um projeto específico (com duração máxima de 36 meses), e nenhuma organização/empresa ou país, pode ser responsável por mais de 70% do orçamento solicitado. A proposta submetida deve ter “reais chances” de comercialização, preferencialmente, em vários países. As empresas envolvidas devem manifestar formalmente, a vontade de cooperar para o desenvolvimento de um novo produto, processo industrial ou serviço. O produto, processo ou serviço tem que ser inovador e “deve haver risco tecnológico envolvido”. Gerando ainda, “uma vantagem óbvia e um valor agregado resultante da cooperação tecnológica entre os participantes (Exemplos: aumento da base de conhecimento sobre determinada tecnologia, oportunidades comerciais, melhoria no acesso a infraestrutura de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, etc)”. Mais informações pelo e-mail info@eurekanetwork.org ou no Portal: www.eurekanetwork.org/open-calls/globalstars-brazil-2024
“IA” em 2024
Uma pesquisa realizada pela empresa canadense “Info-Tech Research Group”, especializada em pesquisa e consultoria em TI (Tecnologia da Informação), mostra “as tendências do uso da tecnologia de IA (Inteligência Artificial) para o ano que vem”. Vou destacar algumas dessas tendências, constantes do relatório da Info-Tech Research e que me chamaram mais a atenção. O documento mostra que, para 2024, 77% das empresas planejam utilizar IA como instrumento “de inteligência empresarial”, e 71% vão usar essa tecnologia, na “identificação de riscos e no reforço/aprimoramento da segurança cibernética”. Nessa linha, em outro trecho do relatório, é destacado que a “maioria das empresas” pretende investir mais recursos em segurança cibernética (incluindo uso de IA) no ano que vem, com algumas afirmando que vão aumentar os gastos em mais de 10%, em relação a 2023. Uma clara preocupação com o crescimento exponencial dos ataques de hackers, em nível mundial. Outra tendência que destaco na analise da empresa canadense, é em relação à “união do mundo Físico e Digital”. Ou seja, o chamado “Ambiente Figital” (já apresentado/comentado em colunas anteriores). A pesquisa mostrou que “20% das empresas consultadas, já investiu na integração de experiências físicas e digitais”. Um sinal que essa tendência deve continuar e se consolidar nos próximos anos, com a utilização cada vez maior de IA, no mundo “Figital”.
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Engenheiro Eletrônico, Mestre em Engenharia Elétrica, MBAs em Comércio Eletrônico e Software Business, pela Nova Southeastern University (Estados Unidos), acionista da Light Infocon Tecnologia S/A, Diretor da LightBase Software Público Ltda, Conselheiro-Titular do SEBRAE-PB, Membro do Conselho de Administração do SICOOB-PB, Diretor e Ex-Presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP.