A enfermeira e integrante da direção do Sintab Mary Priscila fez revelações alarmantes nesta terça-feira, 14, durante entrevista ao Jornal do Meio-Dia da Campina FM em relação aos profissionais da saúde que eram prestadores de serviço no município e segundo ela hoje trabalham mesmo sem qualquer vínculo forma com a prefeitura.
A situação ocorre desde que o Município rescindiu todos os contratos de prestadores no final de setembro e o prefeito mandou as pessoas continuarem indo para seus locais de trabalho, mesmo sem nomeação ou contrato.
De acordo com o Sintab, por necessidade financeira, as pessoas seguem trabalhando “sem vínculo nenhum com a gestão” e sem saber se vão receber no final do mês. Segundo Mary Priscila, a situação é degradante. “A saúde de Campina Grande, principalmente a enfermagem, está em um grave adoecimento mental devido ao estresse provocado pela gestão municipal”, afirma.
Ela comparou a situação com um vínculo na iniciativa privada para explicar que as pessoas estão indo trabalhar nestas condições por necessidade. “Se seu patrão finaliza seu contrato de trabalho e diz ‘venha trabalhar segunda-feira’, você vem normal, feliz? Você vem, mas morrendo de medo de saber se vai receber. É angústia, sofrimento, adoecimento mental”, pontuou.
“A QUESTÃO DO CONTRATO É A LEI DA MORDAÇA”
Questionada sobre por que os profissionais da saúde que estão enfrentando esse quadro têm se mantido em silêncio, a integrante do Sintab explicou que isso ocorre pelo medo das pessoas de serem definitivamente cortadas.
“Se elas fizerem isso (reclamarem), é certeza que o contrato nunca será renovado. Se elas se exporem ou reclamarem abertamente da gestão, é a certeza fatal da demissão”, assegurou. “Se o contrato falar a verdade, quando refizerem os contratos, não será refeito para esse profissional”.
Mary ilustrou o quadro com mais clareza ainda. “A questão do contrato, é a lei da mordaça. Eu não posso falar nada porque, se eu falar, não terei salário”, sentenciou.
A enfermeira confirma que nunca viu uma situação parecida na cidade e conta que o Sintab sequer pode denunciar os casos específicos envolvendo os servidores que estariam nesta condição por receio de retaliações aos trabalhadores.
A prefeitura ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Ouça um trecho da entrevista