Em matéria publicada no último dia 31.10 na página Opinião deste veículo, escrevi sobre os danos causados nas eleições pela nefasta e irracional ideia de cotas estabelecidas pela justiça eleitoral para composição de chapa nas disputas proporcionais para atender a ideologia do politicamente correto.
O Brasil viveu desde as últimas eleições municipais uma enxurrada de cassações de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores por ações movidas em razão de fraudes nas cotas de gênero e isto tem um custo em diversos âmbitos ou aspectos.
A questão é, quem arca com o prejuízo?
Para os Tribunais Regionais Eleitorais, o custo de ter que analisar este aspecto a mais nas prestações de contas, que não é uma tarefa muito fácil, uma vez que não basta fazer uma simples conta de matemática usando uma de suas operações, isto é, dividir o custo da campanha pelo número de votos e concluir se houve ou não fraude neste quesito.
Há muitos aspectos a serem analisados, levados em conta até que se chegue de fato ao entendimento de lisura ou a falta dela no processo de campanha de determinado candidato ou candidatos, que é também o resultado para o partido, uma vez que a lei estabelece a anulação da participação, ou seja do registro de candidatura do partido no pleito.
Para a justiça, o elevado custo dos tribunais para o julgamento das ações, tempo, dinheiro detrimento de outros trabalhos, outros processos, as vezes o custo de promover novas eleições.
Para os partidos, o alto preço de perder as cadeiras seja nas casas legislativas, seja nos poderes executivos e se isso se dá na esfera do legislativo federal, atinge também os recursos que viabilizam os partidos se manterem e disputarem eleições, como dinheiro e mídia.
Para o povo, o custo de votar muitas vezes em quem não estava de fato na disputa, votar e vê seu voto perdido quando da cassação do seu representante eleito, em alguns casos o custo financeiro e emocional de uma nova eleição.
Para os candidatos eleitos, bancar o custo de um processo na tentativa de reverter a situação que o ameaça perder o mandato mesmo não sendo ele responsável, o custo psicológico de conviver com a incerteza do resultado do processo, o custo de todo processo de campanha e de trabalho efetivo no mandato, ainda um custo concernente a projetos e sonhos que serão abandonados.
Para os candidatos que foram derrotados por conta da fraude, o preço caro de um tempo sem o mandato, o prejuízo eleitoral, político, emocional e financeiro na tentativa de vê seus direitos sendo exercidos.
Quem paga a conta dos salários pagos aos fraudadores indevidamente, ou a conta dos eleitos que não tiveram o direito de assumirem seus cargos e perderam todo um tempo de salário?
Por conta de uma ideologia burra de uma minoria que quer prevalecer sobre a maioria, um conta sem fim que ninguém assume, mas, que existe, é real, e que provoca um prejuízo incalculável à sociedade.
Isto não é racional, mas, é politicamente correto.