A derrota acachapante do governo Bruno Cunha Lima na noite desta sexta-feira, 29, na Câmara Municipal de Campina Grande foi uma resposta óbvia à posição do poder executivo de esticar a corda na relação com o legislativo mesmo sabendo (ou devendo saber) de sua fragilidade.
Após algumas discussões, o bloco oposicionista se retirou da sessão extraordinária e a Lei Orçamentária de 2024 não foi votada.
Agora, a expectativa do governo é culpar a oposição por fazer valer o fato de ser majoritária e não mais acabar tratorada pela situação.
Se Campina Grande vai começar 2024 sem o orçamento aprovado, a responsabilidade é do governo. Ou, objetivamente, do prefeito Bruno Cunha Lima, afinal, o legislativo não é um poder subordinado ao executivo e que esteja, portanto, obrigado a se submeter às determinações do Palácio do Bispo.
Durante quase três anos, a gestão de Bruno fez pouco caso até dos prazos que o executivo tem para apreciar matérias aprovadas pela Câmara e conseguiu impor todos os projetos de seu interesse pela força da maioria que detinha.
Agora, enfrenta um cenário adverso que se agravou ainda mais com o rompimento do vereador Márcio Melo e encontrou uma oposição não apenas majoritária, mas articulada sobretudo pela ação de vereadores como Anderson Pila, Jô Oliveira, Olímpio Oliveira, Pimentel Filho e Napoleão Maracajá.
A oposição mostrou que é capaz de se movimentar no tabuleiro da política e que ninguém deve se arvorar a pretensão de que não existe vida inteligente entre os adversários.