Por Lenildo Ferreira
Continua sendo impressionante e estarrecedor o quanto o governo Bruno Cunha Lima é capaz de gerar, por conta própria, problemas tão graves quanto desnecessários. Um comportamento que já fez do jovem político um emblema histórico de extrema má gestão e que, lamentavelmente, empurrou Campina Grande para uma crise política e administrativa sem precedentes.
Agora, até com o Carnaval da Paz o prefeito conseguiu criar caso ao sair-se com um decreto que é, de uma vez, desnecessário, inconstitucional e autoritário, representando, inclusive, verdadeiro desserviço à fé, aos cristãos e – novamente – à desejada paz que a gestão pública deve almejar e incentivar.
O ato é desnecessário porque as restrições empregadas em anos anteriores já se mostravam eficazes para impedir que houvesse choque entre eventos de perfis tão distintos quanto o pouco expressivo carnaval de rua da cidade e os importantes eventos filosófico-religiosos.
Inconstitucional e autoritário porque, evidentemente, extrapola – e muito – a competência regulamentar do Município e impõe restrições gravíssimas à livre manifestação das pessoas. Para que proibir eventos em bairros inteiros? Que tamanho absurdo desmesurado, desproporcional e sem qualquer razoabilidade é este?
Além de tudo, um desserviço à fé porque, primeiro, insufla uma beligerância odienta e uma animosidade que já existem em setores da sociedade contra os eventos religiosos da cidade, e, segundo, parece pretender colocar estes eventos em uma redoma estapafúrdia que nem mesmo o próprio Deus prometeu aos cristãos conceder na Terra.
Quanto à ofensa à paz, fato é que governantes erram e acertam, mas Bruno, errando incomparavelmente mais que acertando, trouxe para a cidade um clima de permanente conflito, uma guerra constante, inclusive azeitada a reações iracundas dos que o cercam contra um elemento básico da democracia, que é a divergência.
O Carnaval da Paz, em Campina, dura apenas alguns dias. E o Carnaval da Guerra, acaba quando?