Tenho acompanhado os avanços da tecnologia da informação e as novas perspectivas de desenvolvimento para os próximos anos, contribuindo para a transformação de cidades comuns em cidades criativas e inteligentes.
Em 2015, a ONU – Organização das Nações Unidas, definiu cidade inteligente, criativa e sustentável, como uma cidade inovadora, que sabe aproveitar as tecnologias da informação e comunicação (TIC) para proporcionar a eficiência da gestão dos serviços urbanos, quanto às necessidades das gerações presentes e futuras, nas dimensões econômicas, sociais e ambientais.
Com o avanço das comunicações, as viagens de lazer tendem a ser mais demandadas do que as viagens de negócios, pois o trabalho será cada vez mais home office e grande parte dos novos turistas serão os nômades digitais.
As cidades menores que se adequarem a essa realidade de cidades criativas e inteligentes estarão conectadas de forma mais efetiva e serão mais demandas pelos turistas, em qualquer época do ano e de qualquer lugar do mundo.
A sociedade, os empresários e a gestão pública precisam escolher bem suas empresas provedoras de serviços de internet, para que possa garantir o trabalho remoto e a assistência técnica necessária no seu território.
Uma cidade inteligente precisa preparar-se para atender turistas, universitários, empreendedores, pesquisadores, artistas, designers, arquitetos e tantas outras demandas que buscam conciliar trabalho e lazer, nas cidades inteligentes, onde é possível atender as relações profissionais e comerciais, com mais qualidade dos meios de comunicação, mais segurança e agilidade.
As novas abordagens do mercado são inevitáveis no século 21 e a necessidade de adaptar-se é prioridade, tanto nas grandes como nas pequenas cidades. A população precisa ter consciência para colaborar e saber escolher gestores públicos com conhecimentos, capacidade técnica, bem informados e comprometidos com o desenvolvimento tecnológico e a nova realidade de mídias digitais, tão necessárias para a gestão dos negócios em tempo real.
A sua cidade está concorrendo com mais de oitenta mil destinos turísticos do mundo, dentre eles, as cidades criativas e inteligentes, que proporcionam mais possibilidades para os diferentes perfis de turistas. Os negócios também precisam funcionar com agilidade, no presencial e no digital (figital), mas nunca e somente no presencial ou no digital.
Estimativas da (ONU 2013) para 2030, mais de 60% da população viverá em cidades, o que será um grande desafio para a administração pública, em termos de aumento de emissão de gases de efeito estufa, demanda por água, alimentos, gestão dos resíduos sólidos, mobilidade urbana, cuidados com o meio ambiente, planejamento urbano eficiente, serviços de saúde, segurança e educação preparados para atender a população das cidades.
Algumas cidades brasileiras já estão se preparando para esse novo cenário de cidades criativas, inteligentes e sustentáveis, adaptando-se às mudanças que, certamente irão interferir nos negócios, nos relacionamentos, nas profissões e nos empregos. As cidades serão inteligentes se a população e o seu governo também buscarem essa inteligência, se os negócios forem mais criativos e colaborativos.
Na Paraíba, SEBRAE e parceiros já estão estimulando e transformando algumas cidades pequenas, simples e singulares em territórios promissores e criativos, priorizando mudanças urgentes na educação dos jovens, investindo na capacitação dos empreendedores, pois novas formas de aprender continuamente e compartilhar as melhores práticas serão essenciais nesse novo cenário.
Um dos maiores desafios de transformar os territórios em cidades inteligentes é a falta de gestão pública com equipe técnica especializada e comprometida com um modelo de gestão, para melhor desempenho dos serviços municipais e a qualidade de vida da população.
A gestão pública de uma cidade inteligente preocupa-se com o desperdício, a depredação do patrimônio público, histórico e ambiental, principalmente do seu centro histórico, para manter-se vivo e valorizado. Quando isso não acontece é fácil perceber que a falta de inteligência pública e a ausência de Leis de Proteção ao Patrimônio, não estão adequadas a um novo tempo.