Quanto mais leio sobre as novas tecnologias, mais reflito sobre o seu poder de transformação e os desafios que a humanidade enfrentará para compreender essas tecnologias, ainda sem monitoramento e sem controle adequados.
Mustafa Suleyman, tecnólogo, empreendedor e visionário, define Inteligência Artificial (IA), a ciência que ensina máquinas a aprenderem capacidades humanas e a Biologia Sintética, a habilidade de projetar e construir novos organismos ou redesenhar sistemas biológicos existentes.
Enquanto somos beneficiados, pela mudança exponencial e inevitável da IA e da Biologia Sintética, também podemos ser vítimas dos perigos causados pela maldade e falta de ética, que provocam a indesejada instabilidade, em escala nunca imaginada. Todo projeto criativo é fruto da imaginação e da criatividade humana.
As novas tecnologias são ferramentas essenciais para solucionar vários problemas e desafios no século 21, capazes de se assemelhar às habilidades cognitivas humanas, de forma criativa. É prudente ouvir os especialistas, sobre as oportunidades de negócios lucrativos e os riscos sem precedentes para as empresas, a sociedade e os governos, em qualquer lugar do mundo.
A Inteligência Artificial e a Biologia Sintética já fazem parte do nosso cotidiano, através de sensores, reconhecimento facial, geração de imagens, composição de textos e músicas, avanços na medicina, nas energias limpas, na indústria, na agricultura, na internet e tantos outros setores econômicos.
Portanto, usar ou não as novas tecnologias será o grande dilema das próximas décadas. De qualquer maneira as novas tecnologias criarão novas demandas e novos empregos que irão substituir ou reduzir os trabalhadores de setores inteiros, pela automação e mecanização.
A tecnologia tem aumentado o bem-estar das pessoas. Elas estão presentes nos negócios e no lazer da sociedade contemporânea. Entretanto, diante da velocidade das mudanças e suas consequências exponenciais, não podemos reagir com indiferença ao uso da tecnologia, quanto aos perigos que nos ameaçam, pelo empoderamento de pessoas maléficas, tornando a sociedade nociva e ingovernável.
Quando a tecnologia se propaga, mais pessoas podem usá-la da maneira que achar conveniente, por isso é difícil prever as suas consequências positivas ou negativas e até involuntárias. Um dos caminhos mais prudentes seria a capacidade de monitorar e regulamentar as tecnologias, em qualquer estágio de seu desenvolvimento, impedindo que o mau se sobreponha aos valores e benefícios a que se propõem.
Mais eficiente do que nunca, a IA continuará a crescer exponencialmente. Terá papel importante nas nossas vidas, porque ela está em quase tudo que utilizamos, inclusive na infraestrutura urbana, redes elétricas e gestão da água.
No cenário da biologia sintética, os experimentos avançam rapidamente. Já temos proteínas que purificam água suja, algas que retiram carbono da atmosfera, algas que conseguem reconstruir células nervosas. Em pouco tempo seremos tratados com medicamentos adequados ao nosso DNA e não mais de maneira genérica. Assim também as tecnologias de longevidade e regeneração que já estão em desenvolvimento.
Os robôs da agricultura são máquinas e drones agrícolas que transformam a maneira de plantar, colher e distribuir os alimentos.
O ChatGPT 4 – “Chat Generative Pretrained Transformer” lançado em março de 2023 é uma tecnologia baseada em IA já bastante conhecida, que proporciona a interpretação da linguagem humana e a geração de conteúdo, trabalha com imagens, códigos e cria jogos em 3D.
Os grandes conflitos de poder do século 21, serão resultantes da tecnologia avançada, o maior ativo estratégico de política externa. A China está liderando em energia limpa, IA e 5G e pode superar Estados Unidos em tecnologia quântica e biotecnologia. Em 2030, a Índia, com sua população empreendedora e tecnológica, poderá ultrapassar o Reino Unido, Alemanha e Japão, tornando-se a 3ª maior economia mundial.
Precisamos encontrar alternativas para que a humanidade possa amenizar os conflitos e os dilemas, com sabedoria, poder político e normas adequadas, para assegurar que as tecnologias continuem fazendo o seu papel de melhorar o mundo em que vivemos.