Como fez com o Caged, governo Bruno embaralha dados para criar realidade paralela sobre a atenção básica


Por Lenildo Ferreira

Divulgado no último dia de janeiro pelo Ministério da Saúde, o ranking do programa Previne Brasil, que se refere à qualidade da atenção básica oferecida à população, apontou que a cidade ocupa a penúltima posição entre os 223 municípios da Paraíba, ficando em situação melhor apenas que Nova Floresta.

Os números apontam dados referentes ao terceiro quadrimestre do ano passado. No período anterior, Campina havia ficado na última posição, ou seja, de um quadrimestre para outro, o município avançou apenas um estágio no ranking.

Diante da ampla repercussão do relatório e das duras críticas que os resultados geraram ao governo Bruno Cunha Lima, a reação da gestão municipal foi a mesma adotada em relação aos dados negativos apontados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Ou seja, divulgar nota com uma interpretação extremamente enviesada das informações do Ministério da Saúde, elencando os dados de modo que o resultado parece apontar para um desempenho totalmente inverso àquele que evidentemente a realidade reflete.

A manchete, neste sentido, já é eloquente: “Em relatório do Ministério da Saúde, Campina Grande registra avanços no índice Previne Brasil”.

“O Município de Campina Grande subiu uma posição no índice do programa Previne Brasil referente ao último quadrimestre de 2023. O levantamento apresentado no próprio relatório do Ministério da Saúde revela o crescimento em três critérios estabelecidos pelo programa”, comemora o texto no primeiro parágrafo.

O que o texto não diz, intencionalmente, é que a posição que Campina avançou foi da 223ª para a 222ª.

Novamente, o governo Bruno joga com os números para nitidamente renegar a realidade e tentar fazer a opinião pública não enxergar o quadro que a cidade atravessa.

Seja no emprego, seja na saúde, a gestão criou o próprio mundo, onde, contudo, a população que sofre as dores reais do desemprego e da má qualidade da atenção básica não pode morar.

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